segunda-feira, 4 de março de 2013

Cogito ergo sum

A famosa frase de René Descartes, parafraseada por muitos outros e compreendida por poucos traz à nossa realidade um enfrentamento necessário aos que querem seguir uma caminhada mágica.
E se tudo o que vivemos até hoje fosse um sonho, um joguete de Deuses ébrios e zombeteiros?
E se não existíssemos de verdade ou que a nossa existência fosse fruto de uma ideia colocada pelos mesmos Deuses?
Essa linha de pensamento é que levou o famoso filósofo a buscar a raiz da sua própria existência.
E a genial conclusão é que existimos porque pensamos.
Mas será que tudo o que pensamos é derivado de nossa própria mente ou são ideias, crenças e padrões que são adotados como verdadeiros, mas que não se sustentam perante o questionamento?
Pois então temos mais um desafio para os caminhantes das antigas sendas: duvidar sempre.
Não aceite nada como verdadeiro se houver a mínima possibilidade de que não o seja.
Estamos, portanto, dentro de um balaio de incertezas, no qual o mínimo deslize pode nos levar à loucura... ou à genialidade.
Mas no quê acreditar?
A primeira lei hermética aponta para o seguinte enunciado: O Universo é Mental, o Todo é Mental. Na compreensão do Todo, temos o finito infinito, aquilo que tudo compreende, a totalidade, a soma de todas as partes, a realização de todas as obras.
Ora, se o Todo é Mental, portanto o Todo é obra da mente, e se o Todo é obra da mente, o Todo se realiza através da mente.
Complicado? Nem tanto.
Alguns ganham dinheiro vendendo livros de autoajuda uma verdade que vende milhões de dólares, filmes, livros e entrevistas: algo do tipo “você consegue aquilo que você mentaliza que alcançará, pois és ilimitado, assim como o teu pensar”.
Pois é... deveras simples, para o profano, o material, o supérfulo.
Mas e para as grandes realizações? Para alcançarmos a unidade com o nosso Ser divino e utilizarmos da mágicka para transformarmos a realidade como a queremos... é necessário querer, ousar, saber e calar. Quatro pilares do universo mágicko, aliados à observação e à experimentação.
A força da nossa magicka é proporcional à força mental que utilizamos para realizá-la; ou seja, quanto mais se deseja, mais a energia é direcionada àquele propósito, e com muito mais êxito se consegue as realizações no plano físico, emocional e espiritual.
No Caibalion, temos a seguinte lição:
“A Mente (tão bem como os metais e os elementos) pode ser transmutada de estado em estado, de grau em grau, de condição em condição, de pólo em pólo, de vibração em vibração. A verdadeira transmutação hermética é uma Arte Mental.”
E prossegue:
“Se o Universo é Mental na sua natureza, a Transmutação Mental pode ser considerada como a arte de MUDAR AS CONDIÇÕES DO UNIVERSO, nas divisões de Matéria, Força e Mente. Assim compreendereis que a Transmutação Mental é realmente a Magia de que os antigos escritores muito trataram nas suas obras místicas, e de que dão muito poucas intruções práticas. Se Tudo é Mental, então a arte que ensina a transmutar as condições mentais pode tornar o Mestre diretor das condições materiais tão bem como das condições chamadas ordinariamente metais”. (Caibalion, p. 32)
Para o estudioso das artes mágickas, o domínio da mente é princípio básico necessário para o alcance das suas realizações, seja para lidar com as vicissitudes diárias, seja para enfrentar as intempéries dos diferentes planos de energia com os quais trabalhamos.
Com o pensamento, podemos ser amados ou odiados, adorados ou temidos, suaves ou implacáveis, mas sempre conforme o nosso propósito e a nossa determinação.
E como diria o nosso saudoso Lupicinio Rodrigues...
E o pensamento parece uma coisa à toa
Mas como é que a gente voa quando começa a pensar”





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