A famosa frase de René
Descartes, parafraseada por muitos outros e compreendida por poucos
traz à nossa realidade um enfrentamento necessário aos que querem
seguir uma caminhada mágica.
E se tudo o que vivemos
até hoje fosse um sonho, um joguete de Deuses ébrios e zombeteiros?
E se não existíssemos
de verdade ou que a nossa existência fosse fruto de uma ideia
colocada pelos mesmos Deuses?
Essa linha de
pensamento é que levou o famoso filósofo a buscar a raiz da sua
própria existência.
E a genial conclusão é
que existimos porque pensamos.
Mas será que tudo o
que pensamos é derivado de nossa própria mente ou são ideias,
crenças e padrões que são adotados como verdadeiros, mas que não
se sustentam perante o questionamento?
Pois então temos mais
um desafio para os caminhantes das antigas sendas: duvidar sempre.
Não aceite nada como
verdadeiro se houver a mínima possibilidade de que não o seja.
Estamos, portanto,
dentro de um balaio de incertezas, no qual o mínimo deslize pode nos
levar à loucura... ou à genialidade.
Mas no quê acreditar?
A primeira lei
hermética aponta para o seguinte enunciado: O Universo é Mental, o
Todo é Mental. Na compreensão do Todo, temos o finito infinito,
aquilo que tudo compreende, a totalidade, a soma de todas as partes,
a realização de todas as obras.
Ora, se o Todo é
Mental, portanto o Todo é obra da mente, e se o Todo é obra da
mente, o Todo se realiza através da mente.
Complicado? Nem tanto.
Alguns ganham dinheiro
vendendo livros de autoajuda uma verdade que vende milhões de
dólares, filmes, livros e entrevistas: algo do tipo “você
consegue aquilo que você mentaliza que alcançará, pois és
ilimitado, assim como o teu pensar”.
Pois é... deveras
simples, para o profano, o material, o supérfulo.
Mas e para as grandes
realizações? Para alcançarmos a unidade com o nosso Ser divino e
utilizarmos da mágicka para transformarmos a realidade como a
queremos... é necessário querer, ousar, saber e calar. Quatro
pilares do universo mágicko, aliados à observação e à
experimentação.
A força da nossa
magicka é proporcional à força mental que utilizamos para
realizá-la; ou seja, quanto mais se deseja, mais a energia é
direcionada àquele propósito, e com muito mais êxito se consegue
as realizações no plano físico, emocional e espiritual.
No Caibalion, temos a
seguinte lição:
“A Mente (tão bem
como os metais e os elementos) pode ser transmutada de estado em
estado, de grau em grau, de condição em condição, de pólo em
pólo, de vibração em vibração. A verdadeira transmutação
hermética é uma Arte Mental.”
E prossegue:
“Se o Universo é
Mental na sua natureza, a Transmutação Mental pode ser considerada
como a arte de MUDAR AS CONDIÇÕES DO UNIVERSO, nas divisões de
Matéria, Força e Mente. Assim compreendereis que a Transmutação
Mental é realmente a Magia
de que os antigos escritores muito trataram nas suas obras místicas,
e de que dão muito poucas intruções práticas. Se Tudo é Mental,
então a arte que ensina a transmutar as condições mentais pode
tornar o Mestre diretor das condições materiais tão bem como das
condições chamadas ordinariamente metais”. (Caibalion,
p. 32)
Para
o estudioso das artes mágickas, o domínio da mente é princípio
básico necessário para o alcance das suas realizações, seja para
lidar com as vicissitudes diárias, seja para enfrentar as
intempéries dos diferentes planos de energia com os quais
trabalhamos.
Com
o pensamento, podemos ser amados ou odiados, adorados ou temidos,
suaves ou implacáveis, mas sempre conforme o nosso propósito e a
nossa determinação.
E
como diria o nosso saudoso Lupicinio Rodrigues...
“E
o pensamento parece uma coisa à toa
Mas
como é que a gente voa quando começa a pensar”
2 comentários:
Lindo o texto e profundo.
Somos todos buscadores.
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