Convite para ritual de fogueira, a se realizar no dia 06/12/2014, no Sítio do Jacé, em Viamão. Valor: R$ 35,00 Usar vestimenta preta. Trazer um prato doce ou salgado para compartilhar. Vamos fazer um "amigo oculto". Para quem quiser participar, trazer um presente mágico, no valor em torno de R$ 15,00. Contatos: Mestre Therion: 93787757 Mestre Fênix: 98061374 Mestra Néftis: 99049294 Evoé!
Dentro de uma ordem iniciática, além das iniciações, há sempre o incentivo para que o buscador (aquele que procura o conhecimento da magia) tenha o domínio de outras ferramentas - o conhecimento de estruturas auxiliares - que possam lhe propiciar uma dimensão apropriada do universo mágicko que lhe cerca, bem como auxiliar nas suas atividades de magia.
Assim são os oráculos (tarot, runas, i-Ching), o uso de pêndulos, cristais e ervas, as correspondências mágickas (vide Clavícula de Salomão) e também a astrologia.
A Astrologia (do grego astron, "astros", "estrelas", "corpos celestes", e logos, "palavra", "estudo") é a ciência que investiga a ação dos corpos celestes sobre os objetos animados e inanimados e a reação destes a essa influência. Embora não reconhecida como ciência, assim vamos tratá-la neste post, sem esquecer ainda de sua utilização como oráculo.
A astrologia e o seu uso em todos os aspectos remonta às antigas civilizações, e, juntamente com a astronomia, era utilizada não somente para fins mágickos mas também - e principalmente - para atividades do cotidiano.
Os registros mais antigos sugerem que a Astrologia surgiu no terceiro
milênio AC. Ela teve um importante papel na formação das culturas, e
sua influência é encontrada na Astronomia antiga, nos Vedas, na Bíblia e em várias disciplinas através da história. De fato, até a Era Moderna, Astrologia e astronomia eram indistinguíveis. A Astronomia
começou a divergir gradualmente da Astrologia desde o tempo de
Ptolomeu, e essa separação culminou no século XVIII com a remoção
oficial da Astrologia do meio universitário.
Alguns astrólogos definem a Astrologia como uma linguagem
simbólica, uma forma de arte, ou uma forma de vidência, enquanto outros
definem como ciência social e humana.
É importante esclarecer que não estamos falando de horóscopo publicado em periódicos ou de previsões diárias, as quais - respeitando que acredita nelas (afinal, damos poder àquilo que acreditamos) - não são dotadas de um criterioso estudo individualizado, o que gera dissonâncias sensíveis, mas da astrologia como conhecimento dos astros e sua influência em nossas vidas e ao nosso redor.
Assim, conhecer - nem que seja os aspectos básicos de cada planeta e as influências zodiacais - nos amplia o leque de possibilidades e, principalmente, das escolhas que podemos fazer em nossas vidas.
Voltado à prática mágicka, a astrologia nos dá, além dos dias propícios para a realização de magias e encantamentos, também como utilizar a força dos astros para impulsionar o nosso intento.
Assim, de uma forma básica, se queremos fazer um encantamento para o amor, é importante escolher o dia de Vênus (sexta-feira), especialmente se a lua estiver sob o signo de Leão, que é o signo da beleza, da sensualidade e do amor afetivo (diferente do amor etéreo de Peixes, por exemplo).
Para tanto, basta acompanhar as mudanças da lua ou adquirir um desses calendários que já possuem essas informações.
É claro que o planejamento é fundamental para tanto, pois conjunções planetárias nem sempre voltam a acontecer.
Mas como os planetas influenciam em nossa vida?
SOL - Rege o signo do Leão. É o astro da vida, dos nascimentos. Também é o astro do ego, do poder, orgulho e desabrochamento. Mostra as qualidades de liderança e sucesso. Representa o princípio masculino, o pai, o marido, os homens em geral. Rege a saúde, os princípios vitais. O seu dia é domingo (sunday, sonntag, em inglês e alemão, respectivamente, querem dizer dia do sol).
LUA - Rege o signo de Câncer. Trabalha a sensibilidade e a intuição, bem como influi sobre a popularidade. É a parte mais íntima do eu. Representa o feminino e os ciclos, as reações instintivas. O dia da lua é segunda-feira (monday, montag, lunes em espanhol e lundi em francês).
MERCÚRIO
- Rege os signos de Gêmeos e Virgem. Por ser o mensageiro dos deuses do
Olimpo, refere-se às viagens, comunicação e transmissão escrita.
Planeta da inteligência, adaptabilidade e sociabilidade. Seu dia é
quarta-feira (miércoles e mercredi em espanhol e francês,
respectivamente). VÊNUS - Rege os signos de Touro e Libra. Deusa do amor, da beleza e das
artes, representa a parte feminina de cada indivíduo. Influencia na vida
afetiva, no casamento, uniões e associações. É o planeta da beleza e da sensualidade. Seu dia é sexta-feira
(viernes e vendredi em espanhol e francês, respectivamente).
MARTE - Rege os signos de Áries e Escorpião. Deus da guerra, simboliza a energia, a ação concreta, as emoções explosivas. Lida com a natureza animal, os desejos e as energias sexuais. Violência e abuso de autoridade também marcam a sua passagem. Seu dia é terça-feira (martes e mardi em espanhol e francês, respectivamente). JÚPITER - Rege o signo de Sagitário (e secundariamente, o de Peixes). Sua influência está nas leis e na religião. Planeta da autoridade, das honras e do êxito social. Júpiter é o juiz, o jurista e o protetor. O dia de Júpiter é quinta-feira (jueves e jeudi em espanhol e francês, respectivamente).
SATURNO - Rege o signo de Capricórnio. Deus do Tempo, representa a paciência, a prudência e as mudanças necessárias. Seu dia é sábado (saturday, em inglês).
Os demais planetas de descoberta relativamente recente são apelidados de "transaturninos", pois sua órbita encontra-se além de Saturno. São eles Urano, Netuno e Plutão.
URANO - Rege o signo de Aquário. É o planeta de todas as mudanças. É associado ao progresso, às invenções e às ciências modernas. Traz independência, espírito de aventura e originalidade. O ocultismo e a astrologia colocam-se sob os auspícios de Urano.
NETUNO - Rege o signo de Peixes. Deus dos oceanos, simboliza o que é vago, impreciso. Desenvolve a intuição e a imaginação, o misticismo e a paranormalidade. Pode produzir gênios ou perversos. Drogas e venenos encontram-se sob sua autoridade.
PLUTÃO - Rege o signo de Escorpião. Assinala as metamorfoses profundas e representa as forças psíquicas, misteriosas, violentas. Trata-se de um fator de destruição e de possível regeneração. Na magia, trabalhamos com plutão para o desenvolvimento da força mental para a consecução das operações mágicas.
E como tirar o melhor dos signos para nossas operações mágickas?
ÁRIES - Ação, liderança, impulsividade.
TOURO - Perseverança e afetividade.
GÊMEOS - Inteligência, versatilidade e comunicação.
CÂNCER - Sensibilidade e poder de imaginação.
LEÃO - Poder, energia e generosidade.
VIRGEM - Caráter metódico e ordenado.
LIBRA - Sensibilidade, senso de justiça e refinamento.
ESCORPIÃO - Tenacidade e sensualidade.
SAGITÁRIO - Otimismo e boa vontade.
CAPRICÓRNIO - Caráter laborioso, reflexivo e responsável.
AQUÁRIO - Caráter original e independente.
PEIXES - Piedade e intuição.
A influência da Lua nos Signos:
ÁRIES - Bom para iniciar coisas, mas carece de poder e de uma motivação duradoura.
TOURO - Tudo o que inicia quando a Lua está em Touro é duradouro, tende a valorizar e resiste a mudanças. A lua em Touro aprecia a beleza e experiências que envolvam os sentidos.
GÊMEOS - Os empreendimentos iniciados sob este signo estão mais sujeitos a sofrer mudanças graças às influências externas. Bom período para fazer cursos rápidos, dialogar, jogar e se divertir.
CÂNCER - Estimula o entendimento emocional entre as pessoas. Dá ênfase às necessidades das pessoas e favorece o crescimento e apoio emocional. Sabe tratar das questões domésticas.
LEÃO - Centraliza a atenção em si próprio, nas ideias e instituições sem se ligar às pessoas e às suas necessidades emocionais. Os leoninos tendem a ser melodramáticos.
VIRGEM - Valoriza os detalhes e as hierarquias. Dá especial atenção à saúde, à higiene e aos horários do dia a dia.
LIBRA - Favorece a cooperação, as atividades sociais, a beleza dos ambientes, o equilíbrio e a parceria.
ESCORPIÃO - Aumenta a consciência dos poderes psíquicos. Precipita crises psíquicas e favorece rompimentos. As pessoas desse signo tendem a ruminar as coisas e a ser reservadas.
SAGITÁRIO - Estimula os voos da imaginação e a confiança. Esse é um signo aventureiro, filosófico e atlético. Favorece a expansão e o crescimento pessoal.
CAPRICÓRNIO - Desenvolve uma estrutura forte. Focaliza as tradições, as responsabilidades e os deveres. Um bom período para estabelecer limites e regras.
AQUÁRIO - Energia de rebeldia. Época de romper hábitos e fazer mudanças repentinas. A liberdade pessoal e a individualidade são as questões mais valorizadas.
PEIXES - O foco está nos sonhos, na nostalgia, na intuição e nas impressões psíquicas. Um bom momento para atividades espirituais e filantrópicas.
Aproveite o melhor da astrologia para a empreitada mágicka e os resultados serão exponencialmente superiores.
Dentro da senda mágicka temos um carinho especial por toda a ritualística dedicada à Grande Mãe em seus diversos aspectos. Donzela, mãe e anciã, todas as suas faces são veneradas, pois são partes de uma só força, um mesmo poder, gerador e transformador, que permeia nossas vidas.
O desabrochar da Deusa que agora celebramos se vincula de forma muito tenaz ao Sagrado Feminino.
Mas o que é o Sagrado Feminino?
Conforme Caroline Iene Shanti, "O Sagrado Feminino é um mundo de
mistérios e clareza. É permitir que a mulher e não só ela, mas ambos os
sexos despertem em seu interior a energia feminina.
Todo ser humano traz dentro de si duas
polaridades: masculino e feminino, yang e yin. Com a era patriarcal,
explorou-se o masculino anulando a energia feminina, criando uma
sociedade que há todo momento compete pelo poder, robótica e mental.
Perdendo-se a energia do Amor, da Compaixão e do Respeito mutuo, é
necessário que essas duas polaridades estejam equilibradas para o ser
humano estar em paz."
De uma forma simples, é o religare, o resgate de uma consciência antiga, que coloca a sacralidade feminina, em todos os seus aspectos, em ponto de equilíbrio dentro da nossa realidade social. É o respeito aos princípios que nos ligam à terra e todo o aspecto gerador nela inserido, e isso independe de ser homem ou mulher, pois está dentro de cada um de nós.
Mirella Faur, sobre o tema, destaca:
As últimas décadas do século passado proporcionaram uma
gradativa mudança de paradigmas nas relações e nos conceitos relativos
ao masculino e feminino. No entanto, para que este avanço teórico se
concretize em ações e modificações comportamentais e espirituais, é
imprescindível reconhecer a união harmoniosa e complementar das
polaridades e procurar novos símbolos e rituais para o seu
fortalecimento e equilíbrio. Com o surgimento progressivo de uma
dimensão feminina da Divindade na atual consciência coletiva, está sendo
fortalecido o retorno à Deusa e a revalorização do Sagrado Feminino. Somos nós que estamos voltando à Deusa, pois Ela sempre
esteve ao nosso lado, apenas oculta na bruma do esquecimento e velada
pela nossa falta de compreensão e conexão com seu eterno amor e poder. A principal diferença entre o Pai patriarcal, celeste e a
Mãe cósmica e telúrica universal é a condição transcendente e longínqua
do Criador e a essência imanente e eternamente presente da Criadora, em
todas as manifestações da Natureza. A redenção do Sagrado Feminino diz respeito tanto à mulher
quanto ao homem. Ao esperar respostas e soluções vindas do Céu,
esquecemos de olhar para baixo e ao redor, ignorando as necessidades da
nossa Mãe Terra e de todos os nossos irmãos de criação. Para que os
valores femininos possam ser compreendidos e vividos, são necessárias
profundas mudanças em todas as áreas: social, política, cultural,
econômica, familiar e espiritual. Uma nova consciência do Sagrado
Feminino surgirá tão somente quando for resgatada a conexão espiritual
com a Mãe Terra, percebida e honrada a Teia Cósmica à qual todos nós
pertencemos e assumida a responsabilidade de zelar pelo seu equilíbrio e
preservação. O reconhecimento do Sagrado Feminino deve ser uma busca de
todos, porém cabe às mulheres uma responsabilidade maior, devido à sua
ancestral e profunda conexão com os arquétipos, atributos, faces, ciclos
e energias da Grande Mãe.
Assim, cumpre às mulheres, em especial as que seguem a Tradição da Arte Real, honrar os seus ciclos e reforçar a conexão com a Grande Mãe, o que pode ser feito através de círculos, encontros, conversas ou mesmo através de uma singela a celebração silenciosa, a cada novo despertar, agradecendo por tudo aquilo que Ela nos concede e nos ensina.
E este, eu acredito, é o legado da Deusa. Que ela nunca mais seja esquecida ou sobrepujada pela humanidade, mas que seja honrada, respeitada e sua adoração mantida ao longo dos tempos.
O querido Mestre Íbis dedica grande parte de sua obra literária falando deste encontro com a Deusa, que para ele, pode ser simplesmente chamado de Natureza, pois ela está em tudo, assim como está em nós.
Em sua obra "Encontrando a Deusa", temos uma bela passagem que retrata a questão do Sagrado Feminino e o seu resgate:
Houve
o tempo em que todos veneravam a Deusa e, para ela, acendiam incensos
e ofertavam óleos perfumados. Mas, chegou um novo tempo em que
outras religiões se impuseram pela espada e pela tortura. E, os que
amavam a Deusa foram queimados, pisoteados pelos cavalos dos soldados
das forças religiosas e estes impuseram seu Deus, e os que não o
aceitavam, os que continuariam amando a Deusa, foram perseguidos e
quase exterminados. Mas a verdade não morreu. Passavam-se gerações
e gerações, e eis que em algum tempo brotava no coração, dos que
descendiam daqueles que amaram a Deusa acima de suas próprias vidas,
uma chama intensa e permanente. E, esses, de repente, ouviam na
escuridão de suas almas a voz da Deusa que despertara em seu
coração, como desperta o Sol em todas as manhãs.
Então,
aquele que passaria a caminhar pelo Caminho da Deusa, compreendia que
voltara para a verdade de seus antepassados e recebia o canto
celestial da Deusa, sentindo que sua vida estava transmudada, pois
seu coração entendera Aquela que reina e reinará em todos os
tempos, mesmo que muitos não a compreendam.
E
estes que escutavam novamente a voz da Deusa se reuniam, muitas vezes
secretamente, pois desejavam se fortalecer uns nos outros. E, assim,
formavam pequenas sociedades subterrâneas, Cóvens, e lá, na
discrição de seus templos improvisados, nas clareiras de um bosque,
ou nas igrejas de outras religiões, olhando para dentro de si,
cultuavam a Deusa e a alegria de viver em comum com a energia que
está em todas as coisas.
E
as mulheres se voltavam para a Lua Cheia e dançavam para a Deusa e
abriam suas almas e conquistavam o poder do fascínio sobre todas as
coisas, pois a Deusa afirma que quem tiver sua alma despertada, será
como a Ela, brilhará como uma estrela e terá a formosura das
flores. E foi colocada no céu a Lua para que pudessem ver o espelho
da Deusa e nele se mirar. E os homens erguiam seus braços para a
Deusa do Luar e recebiam as energias para que pudessem continuar nas
suas labutas diárias. E a Deusa se colocava no coração de seus
filhos e filhas, e derramava o seu poder sobre todos, como se derrama
a luz do luar sobre as plantas, sobre as matas, sobre as águas, nas
noites de plenilúnio.
E
seus filhos, então, voltaram a dançar junto às fogueiras em
homenagem a Grande Mãe, e seus corações se abriram novamente para
o belo e para a alegria de viver. E se restabelecia o Sagrado
Feminino e os deuses reviviam, um por um, pois brotavam nos corações
dos que novamente haviam encontrado o Caminho.
Abrir nossos corações para o belo e a para a alegria de viver é o primeiro passo para desenvolver o Sagrado Feminino dentro de si. Mas uma vez dado esse passo, é impossível voltar atrás. O melhor é que nunca estarás só, pois a Deusa que em tudo reside também em nós habita.
Iniciando setembro, já sentimos no ar (embora
ainda um pouco gélido pelos aqui pelos pampas gaúchos) uma nova
energia, uma essência diferenciada, quase como se recebêssemos um
sorriso do Cosmos a cada novo amanhecer.
A partir do entendimento de que nós não Estamos
na Natureza, mas sim que nós Somos a Natureza, essas mudanças
também começam a se operar dentro de nós, de fora para dentro, e,
principalmente, de dentro para fora.
As ideias, que antes estavam sendo planejadas,
arquivadas, estruturadas, organizadas, agora parecem que querem alçar voo. O tão aguardado setembro chegou! Com ele, a primavera e todas
as festividades que englobam o tão sagrado período de fertilidade
da Grande Mãe.
Nos aproximamos de Ostara (no HS), e a Deusa
Eostre surge para nos ensinar o respeito por todas as coisas vivas e,
principalmente, os cíclicos recomeços e renascimentos, com base no
próprio ciclo da Terra.
É momento de ver brotar aquilo que plantamos, ver
desabrochar a flor ou o espinho.
É, literalmente, o início de uma nova era dentro
do espaço-tempo que vivemos, o Agora.
Na magia, sentimos renovadas a força feminina, do
oculto que se mostra e do visível que se esconde, os mistérios da
bruxa, da feiticeira, que vê a chegada do seu momento, do seu ápice,
do seu reinado sobre a Terra.
Assim, podemos aproveitar a força da Deusa para
cultuá-la de acordo com as nossas intenções e direcionando para o
que queremos desenvolver magickamente.
Não apenas as mulheres devem fazer a reverência
às Deusas, mas os homens também, lembrando de que a partir do
princípio do gênero, para todo feminino, há um masculino, e se
somos todos um, os homens também devem desenvolver seu aspecto yin,
oculto, emotivo, a coluna da esquerda, para que assim possa caminhar
em equilíbrio.
Dentre as inúmeras deusas da primavera (Brighid,
Eostre, Flora, Freya, Cibele, entre outras), é um especial momento
para se reverenciar Perséphone, que em seu aspecto donzela também é
conhecida como Core.
Perséfone foi a Deusa escolhida para esta postagem, tendo em vista o seu duplo aspecto de donzela e senhora dos mistérios, Deusa da vida, da morte e do renascimento, os aspectos que devemos reverenciar neste momento.
Filha de Zeus e Deméter, esta jovem Deusa
grega, enquanto colhia flores, é raptada por Hades, o Deus do Mundo
Subterrâneo.
Jacinto foi a flor que seduziu Perséfone
atraindo-a ao local onde a terra se abriu, surgindo Hades em sua
carruagem dourada, puxada por cavalos imortais.
Contra a sua
vontade Perséfone foi levada ao Submundo. Seus gritos não foram
ouvidos por nenhum Deus ou mortal, exceto pela Deusa Hécate que os
ouviu de sua caverna.
Deméter, Deusa da colheita, da
fertilidade e dos grãos, ao perceber o sumisso de sua filha sai a
sua procura. Muito triste e lamentosa, sua luz e alegria vão se
extinguindo dando lugar a sua ira, o que provoca a seca e o frio na
Terra.
Finalmente ao saber por Hécate o paradeiro de
Perséfone, Deméter vai até Zeus pedindo que ele interceda junto a
Hades para devolver sua filha.
Devido aos apelos da Deusa da
fertilidade e às condições que provocou na Terra, Zeus intervem,
mesmo tendo dado Perséfone a Hades como parte de um acordo, sem o
conhecimento de Deméter. Mas o retorno de Perséfone não pode ser
completo. Como já havia comido o fruto do mundo dos mortos, a romã,
a Deusa não pode passar mais de seis meses no mundo dos
vivos.
Perséfone volta à Terra trazendo com ela a Primavera,
mas volta ao Submundo no período de Outono e Inverno.
Kore é
outro nome dado à Perséfone para a sua fase Donzela, enquanto nela
reina apenas a inocência. Pois ao dar entrada no Submundo e se
tornar esposa de Hades, ela se torna a rainha e governante desse
mundo junto com o seu Deus. Perséfone amadurece, ganha força e
conhecimento.
Como muitas outras Deusas, Perséfone é uma
Deusa da vida, da morte e do renascimento. É regente tanto da luz
quanto da sombra. Senhora da magia e dos conhecimentos ocultos, ela
personifica a força intrínseca e profunda da mulher.
Anna
Leão.
Aproveitemos para festejar este novo ciclo, esta
nova era, única e individual, de fazer crescer e florescer nossos
projetos, ideias e magia!
Damos as boas vindas à energia feminina, à
energia de Perséfone, e que a nossa força seja multiplicada neste
período de fertilidade, com o poder da Grande Mãe em nosso
caminhar. Evoé! NFT
Neste dia 02 de agosto
tivemos a passagem de mais uma celebração da Roda do Ano do HS
(Hemisério Sul), saudando Brighid e a festa de Imbolc.
Vivemos na atualidade
um movimento forte e mágico que diz respeito ao retorno das mulheres
ao seu Sagrado, o culto aos seus antepassados, suas forças e
conquistas, e a festividade que celebra Brighid é um marco
importante para essa ressignificação de Imbolc.
Por que
ressignificação?
Porque Imbolc está
diretamente relacionado não apenas com os ciclos de colheita (que
marcam a Roda do Ano), mas justamente na busca das bênçãos de
Brighid, uma deusa celta que se divide em três facetas – a
poetisa, a médica e a ferreira -, sendo conhecida como a deusa da
Tríplice Chama, pois “o fogo alimenta as forjas, esquenta os
experimentos dos alquimistas e incendeia a mente dos poetas”
(Wikipedia).
No fogo, também temos
o elemental primevo, que nos possibilita aquecer nosso corpo e
espírito, e ao qual dedicamos nossos pedidos e orações.
Interessante e
instrutivo é o texto sobre reconstrucionismo celta que trata da
Deusa Brighid:
“Deusa do fogo, das
fontes curativas, dos poetas e sua arte, da metalurgia, da cura, da
fermentação, do lar e da família, da pecuária. Deusa de todos, do
povo comum, da aristocracia bélica, das classes eruditas. E o mais
impressionante de tudo, deusa que não foi esquecida no Cristianismo.
Não há informações claras sobre se realmente houve uma mulher
chamada Brighid na Irlanda que, ao se converter ao Cristianismo e
assumir a autoridade dentro da Igreja Celta (então, muito diferente
da Sé Católica), criou o seu santuário em Kildare, na Irlanda
(cujo nome, Cill Duir, “Templo do Carvalho”, pode indicar
uma importância pré-Cristã para o local) e a ordem de freiras que
mantiveram vivas tantas tradições Gaélicas. Mas quer essa mulher
tenha existido, quer tenha sido inventada pela Igreja, as
características atribuídas a ela vem da deusa do qual ela recebeu o
nome. Todas as suas associações (incluindo com as fontes curativas)
vem da deusa pagã. Seu festival, Lá Fheile Bríde é o
Imbolc, a Festa da Primavera, que começa a se aproximar. É a festa
da deusa Brighid, e é a ela que devemos nossas homenagens nesse dia,
seja na forma da Deusa ou da Santa. Seu culto, tão ligado ao fogo
(como o da deusa) incluía a vigília. No monastério de Kildare, um
grupo de nove freiras cuidava de uma chama perpétua, que não podia
se apagar. A cada dia, uma era responsável. No décimo dia, a nona
freira deixava a madeira ao lado da fogueira e deixava a
responsabilidade para a própria Brighid. O fogo foi várias vezes
apagado pelas autoridades Católicas, que julgavam (corretamente)
aquilo uma sobrevivência de paganismo, mas ele sempre foi reaceso. O
fogo de Brighid é mais que o fogo de Kildare. É aquele que queima
na cabeça e no coração dos seus devotos. E esse nunca vai se
apagar, por isso, o fogo de Brighid sempre irá ser aceso de novo.”
https://sites.google.com/site/brasilkeltia/druidismo-reconstrucionismo-celta/brighid
Assim, temos a
celebração de Brighid como Deusa que nutre não apenas pelo seu
aspecto de mãe / geradora, mas pelo seu aspecto criativo e
inspirador da chama que nunca se apaga.
Imbolc passa a ser uma
festividade que eleva a importância desse sagrado feminino,
envolvendo nossa consciência para o papel gerador mas também
criativo da mulher, que não apenas dá – literalmente – a luz e
amamenta (outra característica da divindade), mas que possui a sua
marca e sua força no fogo perpétuo, que mantém vivo em nossos
corações o amor à Antiga Religião.
Dentro das mais diversas tradições religiosas há uma linha
mítico-ideológica que tem por base a distinção entre bem e mal, trevas e
luz.
Tal distinção serve como um porto seguro mas também
como uma política de controle das ações humanas: se agires bem, és um
ser de luz, se agires mal, um ser negro, das sombras. Isso, é claro,
contando que estamos falando em agir bem em pensamentos, atos e
palavras. Afinal, quem quer ir para o inferno?
Longe do
cristianismo, vemos que a ideia de "lugar de danação" - no qual a alma
do indivíduo não teria um descanso - é anterior aos escritos bíblicos.
A Grolier Universal Encyclopedia(Enciclopédia Universal Grolier, 1971, Vol. 9, p. 205), sobre “Inferno”, diz:
“Os hindus e os budistas consideram o inferno como lugar de purificação espiritual e de restauração final. A tradiçãoislâmica o considera como um lugar de castigo eterno.” O conceito de sofrimento após a morte é encontrado entre os ensinos religiosos pagãos dos povos antigos da Babilônia e do Egito. As crenças dos babilônios e dos assírios
retratavam o “mundo inferior . . . como lugar cheio de horrores, . . .
presidido por deuses e demônios de grande força e ferocidade”. Embora os
antigos textos religiosos egípcios não ensinem que a queima de qualquer
vítima individual prosseguiria eternamente, eles deveras retratam o
“Outro Mundo” como tendo “covas de fogo” para “os condenados”. — The
Religion of Babylonia and Assyria (A Religião de Babilônia e Assíria),
de Morris Jastrow Jr., 1898, p. 581; The Book of the Dead (O Livro dos
Mortos), com apresentação de E. Wallis Budge, 1960, pp. 135, 144, 149,
151, 153, 161, 200. (Retirado da Wikipedia)
Entretanto,
o presente texto busca traçar um novo paradigma para terminar com o
dualismo bem x mal, trazendo algumas reflexões acerca da unidade na
dualidade, deixando para um outro momento digressões acerca do paraíso x
inferno.
A ideia, aqui, é ir além do bem e do mal.
Para tanto, precisamos fazer uma pequena pausa e retornar aos princípios herméticos.
O princípio hermético da polaridade, revelado no Caibalion, nos traz a seguinte reflexão:
“Tudo é duplo; tudo tem dois pólos; tudo tem seu par de opostos; o
semelhante e o dessemelhante são uma só coisa; os opostos são idênticos
em natureza, mas diferentes em grau; os extremos se tocam; todas as
verdades são meias-verdades; todos os paradoxos podem ser
reconciliados.”
Da análise do princípio,
podemos chegar a uma apressada conclusão de que tudo é uma coisa só,
que não há um bem e um mal e, portanto, totalmente dispensável pensar a
respeito... e é então que cometemos nosso maior erro, que é menosprezar
as pequenas letras ao final do contrato!
Isso porque
não estamos dizendo que bem e mal são a mesma coisa, mas sim que fazem
parte de uma ideia única, que em gradações, assim como o amor e ódio, se
tocam e se afastam, sendo ambos sentimentos de uma mesma origem.
Assim,
quando verificamos luz e sombras, vemos a complementariedade em um e
outro. Somente enxergamos a luz porque existe a escuridão, e vice-versa.
Um é indispensável ao outro, e da mesma sorte temos esta reflexão
dentro de nossa psiquê.
Não há lobos ou cordeiros, e
sim um pouco de cada dentro de cada um de nós. Prevalece, como já dizia o
Mestre, aquele que alimentamos, mas isso não quer dizer que extinguimos
o outro, porque são ambos a polaridade contrária um do outro.
Quando
comentamos sobre "não negar sua sombra" ou "acolher a sua escuridão",
não fazemos nenhuma apologia à maldade ou recursos mágickos de dano, mas
sim a visualizar e reconhecer as trevas que existem dentro de cada um,
e, assim, tornar-se novamente inteiro, sem escolher lados, mas
simplesmente vivenciando e experienciando o que cada porção de seu
próprio Eu está disposto a revelar, através da Luz que ilumina suas
escolhas.
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LUZ OU TREVAS
Luz ou trevas. Fogo, água e mais elementos. São tudo formas servas. Da alegria, mágoa e de todos os sentimentos.
Rocha, semente e fruto, a outra existência. Corpo, Alma e espirito. São tudo energias à mesma convergência. Neste todo infinito.
É tudo um todo de fragmentos. Que vão estreitando laços. No espaço, no tempo; a melhores nascimentos. De mais confiantes abraços.
Neste continuo despertar. O viver, vai renascendo. A mais e melhor humano ofertar. Porque o todo, nos vai merecendo.
Convicto, no saber do nosso sentir. Depois de desnudadas as energias. Que nos permitem outro consentir. E desvendar as trevas, sem obscuras magias.
A ideia sobre morte e renascimento é tão antiga que não podemos datar, com
precisão, a partir de qual momento se passou a honrar a passagem como algo
sagrado ou melhor, a partir de quando começou a existir o luto na morte, como fim da existência física.
Para os Egípcios, e com certeza para muitos antes deles, morrer era
encontrar-se e tornar-se Osíris, ou seja, fazer parte do Todo como ser Divino e Uno.
Portanto, a morte era uma passagem necessária para a grande conquista, após
passar pelo julgamento e a pesagem do seu coração (que deverá ser tão leve
quanto a pluma de Maat). Entretanto, assim como a lâmina X do tarot - a Roda da Fortuna -, o
Universo, assim como o Todo nele contido, move-se através de ciclos que envolve
o nascer, desenvolver-se, amadurecer e morrer, para um novo ciclo de renascimento
(e a roda vai girando...). Afinal, este é o ciclo natural de todas as coisas. Assim, quando chegamos em Samhain (30 de abril e 1º de maio no Hemisfério
Sul), iniciamos um novo ciclo mágico (era também considerado o “ano novo celta”),
época em que celebramos também a 3ª e última colheita, pois com a vinda da
gélida noite invernal, nada mais se colhe, nada se planta. Também a natureza
tem o seu momento de recolher-se. Para nós, é momento de honrar os antepassados, aqueles que vieram antes de
nós e deixaram seu legado – especialmente o mágicko -, nos ensinando que é
necessário deixar-se morrer para renascer. É necessário esvaziar-se para
manter-se cheio e é preciso entregar-se para ser acolhido. Morremos para o profano para renascermos para o Divino, como já diz a
sabedoria antiga. Aprendemos a nos desapegar daquilo que não mais agrega valor ao nosso
caminhar e deixamos que o tempo e o vento levem consigo tudo o que nos impede
de sermos plenos, até que estejamos vestidos apenas com as estrelas e,
purificados, prontos a ingressar para o Divino. Não há a necessidade de literalmente arrancar os vícios e dificuldades
pessoais, mas sim de acolhê-los e mostrar que não há mais lugar para eles em
nossas vidas, deixando-os livres para juntar-se à Grande Teia, na qual,
transmutados, retornarão sob a forma de energia pura e imaculada. É um processo lento e árduo, pois prescinde de uma consciência ampla de nós
mesmos, o que somente é possível após observação, reflexão e a vontade de
transformar-se em um só com o Sagrado. Para tanto, o recolhimento é necessário.
Recolher-se inclusive das palavras proferidas, nas ações executadas e nos
pensamentos incessantes. É tempo de silêncio e introspecção. Saudando aqueles que vieram antes de nós, que tenhamos todos uma boa morte e
um feliz reencontro no Sagrado. Evoé!
Enquanto aqui no Hemisfério Sul estamos nos direcionando para o festival de Samhain, celebrado entre 30 de abril de 1º de maio, e magickamente nos voltando para o recolhimento, para as nossas sombras internas, para a aceitação e transmutação de nossos demônios, no Hemisfério Norte há a celebração da vida, com o ápice da Primavera.
Como o Cristianismo sabidamente incorporou aos ritos religiosos a Páscoa associando à morte e ressurreição, porém sem perder a essência pagã dos ovos e da lebre, símbolos da fertilidade e abundância, estamos em um período - embora fora do tempo mágicko - que nos permite manter acesa, em nosso coração, a chama do canário, a esperança que nunca se apaga. Saber que as dificuldades são passageiras e que a morte é apenas uma passagem.
Não obstante seja para nós um pouco fora de época, a sociedade industrial explora a data com a venda de chocolates, ovos de Páscoa e presentes, com certeza esquecendo (ou confundindo?) dois ritos diferenciados.
Assim, embora nossa celebração de Ostara se dê apenas na Primavera, é sempre interessante relembrar algumas informações sobre essa Divindade tão cheia de simbolismos.
Evoé!
NFT
Eostre, Ēostre, Ostara ou Ostera é a deusa da fertilidade e do renascimento na mitologia anglo-saxã, na mitologia nórdica e mitologia germânica. Na primavera, lebres e ovos coloridos eram os símbolos da fertilidade e renovação à ela associados.
De seus cultos pagãos originou-se a Páscoa (Easter, em inglês e Ostern
em alemão), que foi absorvida e misturada pelas comemorações
judaico-cristãs. Os antigos povos nórdicos comemoravam o festival de
Eostre no dia 30 de Março.
Eostre ou Ostera (no alemão mais antigo) significa “a Deusa da Aurora”.
É uma Deusa anglo-saxã, teutônica, da Primavera, da Ressurreição e do
Renascimento. Ela deu nome ao Sabbat Pagão, que celebra o renascimento,
chamado de Ostara.
Mas é importante perceber que a origem da Páscoa não pode ser vista pelo nome no inglês, mas no original hebraico, Pessach,
que significa passagem, a passagem do anjo do Eterno sobre as casas dos
filhos de Israel escravizados no Egito (Êxodo 12, 27). Em muitos
idiomas, a palavra páscoa segue esse seu sentido original, passagem, mas
a palavra no inglês e alemão não seguiram esse sentido original.
Portanto é importante saber essa diferença, entre os cultos pagãos e
judaico-cristãos.
Posteriormente, a igreja católica acabou por substituir às
festividades pagãs de Ostara pela Páscoa, não sem absorver muitos de
seus costumes, inclusive os ovos e o coelhinho da Páscoa. Podemos
perceber isso pelo próprio nome da Páscoa em inglês, Easter, muito
semelhante a Eostre.
O nome Eostre ou Ostara,
como também a deusa é chamada, tem origem anglo-saxã provinda do
advérbio ostar que expressa algo como “Sol nascente” ou “Sol que se
eleva”, Muitos lugares na Alemanha foram consagrados a ela, como
Austerkopp (um rio em Waldeck), Osterstube (uma caverna) e Astenburg.
Eostre estava relacionada à aurora e posteriormente associada à luz
crescente da primavera, momento em que trazia alegria e bênçãos a Terra.
Por ser uma deusa um tanto obscura, muito do que se sabia sobre ela
foi perdido através dos tempos. Sendo assim, descrições, mitos e
informações sobre ela são escassos.
Seu nome e funções têm relação com a deusa grega Eos,
deusa do Amanhecer na mitologia grega. Alguns historiadores dizem que
ela é meramente uma das várias formas de Frigg *deusa indo-européia –
esposa de Odin), ou que seu nome seria um epíteto para representar Frigg em seu aspecto jovem e primaveril. Outros pesquisadores a associam à Astarte (deusa Fenícia) e Ishtar (deusa Babilônica), devido às similaridades em seus respectivos festivais da primavera.
Dizem as lendas que Eostre tinha uma especial afeição por crianças.
Onde quer que ela fosse, elas a seguiam e a deusa adorava cantar e
entretê-las com sua magia.
Um dia, Eostre estava sentada em um jardim com suas tão amadas
crianças, quando um amável pássaro voou sobre elas e pousou na mão da
deusa. Ao dizer algumas palavras mágicas, o pássaro se transformou no
animal favorito de Eostre, uma lebre. Isto maravilhou as crianças. Com o
passar dos meses, elas repararam que a lebre não estava feliz com a
transformação, porque não mais podia cantar nem voar.
As crianças pediram a Eostre que revertesse o encantamento. Ela
tentou de todas as formas, mas não conseguiu desfazer o encanto. A magia
já estava feita e nada poderia revertê-la. Eostre decidiu esperar até
que o inverno passasse, pois nesta época seu poder diminuía. Quem sabe
quando a Primavera retornasse e ela fosse de novo restituída de seus
poderes plenamente pudesse ao menos dar alguns momentos de alegria à
lebre, transformando-a novamente em pássaro, nem que fosse por alguns
momentos.
A lebre assim permaneceu até que então a Primavera
chegou. Nessa época os poderes de Eostre estavam em seu apogeu e ela
pôde transformar a lebre em um pássaro novamente, durante algum tempo.
Agradecido, o pássaro botou ovos em homenagem a Eostre. Em celebração à
sua liberdade e às crianças, que tinham pedido a Eostre que lhe
concedesse sua forma original, o pássaro, transformado em lebre
novamente, pintou os ovos e os distribuiu pelo mundo.
Para lembrar às pessoas de seu ato tolo de interferir no
livre-arbítrio de alguém, Eostre entalhou a figura de uma lebre na lua
que pode ser vista até hoje por nós.
Eostre assumiu vários nomes diferentes como Eostra, Eostrae, Eastre, Estre e Austra. É considerada a deusa da Fertilidade plena e da luz crescente da Primavera.
Seus símbolos são a lebre ou o coelho e os ovos, todos representando a fertilidade e o início de uma nova vida.
A lebre é muito conhecida por seu poder gerador e o ovo sempre esteve
associado ao começo da vida. Não são poucos os mitos que nos falam do
ovo primordial, que teria sido chocado pela luz do Sol, dando assim vida
a tudo o que existe.
Eostre também é uma deusa da pureza, da juventude e da beleza. Era
comum na época da Primavera recolher o orvalho para banhar-se
ritualisticamente. Acreditava-se que orvalho colhido nessa época estava
impregnado com as energias de purificação e juventude de Eostre, e por
isso tinha a virtude de purificar e rejuvenescer.