terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Ritual de Fogueira - 06/12/2014






Convite para ritual de fogueira, a se realizar no dia 06/12/2014, no Sítio do Jacé, em Viamão.

Valor: R$ 35,00

Usar vestimenta preta.
Trazer um prato doce ou salgado para compartilhar.
Vamos fazer um "amigo oculto". Para quem quiser participar, trazer um presente mágico, no valor em torno de R$ 15,00.

Contatos:

Mestre Therion: 93787757
Mestre Fênix: 98061374
Mestra Néftis: 99049294

Evoé!

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Astrologia - a grande aliada da Magia



Dentro de uma ordem iniciática, além das iniciações, há sempre o incentivo para que o buscador (aquele que procura o conhecimento da magia) tenha o domínio de outras ferramentas - o conhecimento de estruturas auxiliares - que possam lhe propiciar uma dimensão apropriada do universo mágicko que lhe cerca, bem como auxiliar nas suas atividades de magia.

Assim são os oráculos (tarot, runas, i-Ching), o uso de pêndulos, cristais e ervas, as correspondências mágickas (vide Clavícula de Salomão) e também a astrologia.


A Astrologia (do grego astron, "astros", "estrelas", "corpos celestes", e logos, "palavra", "estudo") é  a ciência que investiga a ação dos corpos celestes sobre os objetos animados e inanimados e a reação destes a essa influência. Embora não reconhecida como ciência, assim vamos tratá-la neste post, sem esquecer ainda de sua utilização como oráculo.

A astrologia e o seu uso em todos os aspectos remonta às antigas civilizações, e, juntamente com a astronomia, era utilizada não somente para fins mágickos mas também - e principalmente - para atividades do cotidiano.

Os registros mais antigos sugerem que a Astrologia surgiu no terceiro milênio AC. Ela teve um importante papel na formação das culturas, e sua influência é encontrada na Astronomia antiga, nos Vedas, na Bíblia e em várias disciplinas através da história. De fato, até a Era Moderna, Astrologia e astronomia eram indistinguíveis. A Astronomia começou a divergir gradualmente da Astrologia desde o tempo de Ptolomeu, e essa separação culminou no século XVIII com a remoção oficial da Astrologia do meio universitário.

Alguns astrólogos definem a Astrologia como uma linguagem simbólica, uma forma de arte, ou uma forma de vidência, enquanto outros definem como ciência social e humana.

É importante esclarecer que não estamos falando de horóscopo publicado em periódicos ou de previsões diárias, as quais - respeitando que acredita nelas (afinal, damos poder àquilo que acreditamos) - não são dotadas de um criterioso estudo individualizado, o que gera dissonâncias sensíveis, mas da astrologia como conhecimento dos astros e sua influência em nossas vidas e ao nosso redor.

Assim, conhecer - nem que seja os aspectos básicos de cada planeta e as influências zodiacais - nos amplia o leque de possibilidades e, principalmente, das escolhas que podemos fazer em nossas vidas.

Voltado à prática mágicka, a astrologia nos dá, além dos dias propícios para a realização de magias e encantamentos, também como utilizar a força dos astros para impulsionar o nosso intento.

Assim, de uma forma básica, se queremos fazer um encantamento para o amor, é importante escolher o dia de Vênus (sexta-feira), especialmente se a lua estiver sob o signo de Leão, que é o signo da beleza, da sensualidade e do amor afetivo (diferente do amor etéreo de Peixes, por exemplo).

Para tanto, basta acompanhar as mudanças da lua ou adquirir um desses calendários que já possuem essas informações.

É claro que o planejamento é fundamental para tanto, pois conjunções planetárias nem sempre voltam a acontecer.

Mas como os planetas influenciam em nossa vida?

SOL - Rege o signo do Leão. É o astro da vida, dos nascimentos. Também é o astro do ego, do poder, orgulho e desabrochamento. Mostra as qualidades de liderança e sucesso. Representa o princípio masculino, o pai, o marido, os homens em geral. Rege a saúde, os princípios vitais. O seu dia é domingo (sunday, sonntag, em inglês e alemão, respectivamente, querem dizer dia do sol).

LUA - Rege o signo de Câncer. Trabalha a sensibilidade e a intuição, bem como influi sobre a popularidade. É a parte mais íntima do eu. Representa o feminino e os ciclos, as reações instintivas. O dia da lua é segunda-feira (monday, montag, lunes em espanhol e lundi em francês).


MERCÚRIO - Rege os signos de Gêmeos e Virgem. Por ser o mensageiro dos deuses do Olimpo, refere-se às viagens, comunicação e transmissão escrita. Planeta da inteligência, adaptabilidade e sociabilidade. Seu dia é quarta-feira (miércoles e mercredi em espanhol e francês, respectivamente).

VÊNUS - Rege os signos de Touro e Libra. Deusa do amor, da beleza e das artes, representa a parte feminina de cada indivíduo. Influencia na vida afetiva, no casamento, uniões e associações. É o planeta da beleza e da sensualidade. Seu dia é sexta-feira (viernes e vendredi em espanhol e francês, respectivamente).

MARTE - Rege os signos de Áries e Escorpião. Deus da guerra, simboliza  a energia, a ação concreta, as emoções explosivas. Lida com a natureza animal, os desejos e as energias sexuais. Violência e abuso de autoridade também marcam a sua passagem. Seu dia é terça-feira (martes e mardi em espanhol e francês, respectivamente).

JÚPITER - Rege o signo de Sagitário (e secundariamente, o de Peixes). Sua influência está nas leis e na religião. Planeta da autoridade, das honras e do êxito social. Júpiter é o juiz, o jurista e o protetor. O dia de Júpiter é quinta-feira (jueves e jeudi em espanhol e francês, respectivamente).

SATURNO - Rege o signo de Capricórnio. Deus do Tempo, representa a paciência, a prudência e as mudanças necessárias. Seu dia é sábado (saturday, em inglês).

Os demais planetas de descoberta relativamente recente são apelidados de "transaturninos", pois sua órbita encontra-se além de Saturno. São eles Urano, Netuno e Plutão.

URANO - Rege o signo de Aquário. É o planeta de todas as mudanças. É associado ao progresso, às invenções e às ciências modernas. Traz independência, espírito de aventura e originalidade. O ocultismo e a astrologia colocam-se sob os auspícios de Urano.

NETUNO - Rege o signo de Peixes. Deus dos oceanos, simboliza o que é vago, impreciso. Desenvolve a intuição e a imaginação, o misticismo e a paranormalidade. Pode produzir gênios ou perversos. Drogas e venenos encontram-se sob sua autoridade.

PLUTÃO - Rege o signo de Escorpião. Assinala as metamorfoses profundas e representa as forças psíquicas, misteriosas, violentas. Trata-se de um fator de destruição e de possível regeneração. Na magia, trabalhamos com plutão para o desenvolvimento da força mental para a consecução das operações mágicas.


E como tirar o melhor dos signos para nossas operações mágickas?

ÁRIES - Ação, liderança, impulsividade.

TOURO - Perseverança e afetividade.

GÊMEOS - Inteligência, versatilidade e comunicação.

CÂNCER - Sensibilidade e poder de imaginação.

LEÃO - Poder, energia e generosidade.

VIRGEM - Caráter metódico e ordenado.

LIBRA - Sensibilidade, senso de justiça e refinamento.

ESCORPIÃO - Tenacidade e sensualidade.

SAGITÁRIO - Otimismo e boa vontade.

CAPRICÓRNIO - Caráter laborioso, reflexivo e responsável.

AQUÁRIO - Caráter original e independente.

PEIXES - Piedade e intuição.

A influência da Lua nos Signos:

ÁRIES - Bom para iniciar coisas, mas carece de poder e de uma motivação duradoura.

TOURO - Tudo o que inicia quando a Lua está em Touro é duradouro, tende a valorizar e resiste a mudanças. A lua em Touro aprecia a beleza e experiências que envolvam os sentidos.

GÊMEOS - Os empreendimentos iniciados sob este signo estão mais sujeitos a sofrer mudanças graças às influências externas. Bom período para fazer cursos rápidos, dialogar, jogar e se divertir.

CÂNCER - Estimula o entendimento emocional entre as pessoas. Dá ênfase às necessidades das pessoas e favorece o crescimento e apoio emocional. Sabe tratar das questões domésticas.

LEÃO - Centraliza a atenção em si próprio, nas ideias e instituições sem se ligar às pessoas e às suas necessidades emocionais. Os leoninos tendem a ser melodramáticos.

VIRGEM - Valoriza os detalhes e as hierarquias. Dá especial atenção à saúde, à higiene e aos horários do dia a dia.

LIBRA - Favorece a cooperação, as atividades sociais, a beleza dos ambientes, o equilíbrio e a parceria.

ESCORPIÃO - Aumenta a consciência dos poderes psíquicos. Precipita crises psíquicas e favorece rompimentos. As pessoas desse signo tendem a ruminar as coisas e a ser reservadas.

SAGITÁRIO - Estimula os voos da imaginação e a confiança. Esse é um signo aventureiro, filosófico e atlético. Favorece a expansão e o crescimento pessoal.

CAPRICÓRNIO - Desenvolve uma estrutura forte. Focaliza as tradições, as responsabilidades e os deveres. Um bom período para estabelecer limites e regras.

AQUÁRIO - Energia de rebeldia. Época de romper hábitos e fazer mudanças repentinas. A liberdade pessoal e a individualidade são as questões mais valorizadas.

PEIXES - O foco está nos sonhos, na nostalgia, na intuição e nas impressões psíquicas. Um bom momento para atividades espirituais e filantrópicas.

Aproveite o melhor da astrologia para a empreitada mágicka e os resultados serão exponencialmente superiores.

Evoé!

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segunda-feira, 22 de setembro de 2014

O legado da Deusa



Dentro da senda mágicka temos um carinho especial por toda a ritualística dedicada à Grande Mãe em seus diversos aspectos. Donzela, mãe e anciã, todas as suas faces são veneradas, pois são partes de uma só força, um mesmo poder, gerador e transformador, que permeia nossas vidas.

O desabrochar da Deusa que agora celebramos se vincula de forma muito tenaz ao Sagrado Feminino.

Mas o que é o Sagrado Feminino?

Conforme Caroline Iene Shanti, "O Sagrado Feminino é um mundo de mistérios e clareza. É permitir que a mulher e não só ela, mas ambos os sexos despertem em seu interior a energia feminina.
Todo ser humano traz dentro de si duas polaridades: masculino e feminino, yang e yin. Com a era patriarcal, explorou-se o masculino anulando a energia feminina, criando uma sociedade que há todo momento compete pelo poder, robótica e mental. Perdendo-se a energia do Amor, da Compaixão e do Respeito mutuo, é necessário que essas duas polaridades estejam equilibradas para o ser humano estar em paz."

De uma forma simples, é o religare, o resgate de uma consciência antiga, que coloca a sacralidade feminina, em todos os seus aspectos, em ponto de equilíbrio dentro da nossa realidade social. É o respeito aos princípios que nos ligam à terra e todo o aspecto gerador nela inserido, e isso independe de ser homem ou mulher, pois está dentro de cada um de nós.
Mirella Faur, sobre o tema, destaca:

As últimas décadas do século passado proporcionaram uma gradativa mudança de paradigmas nas relações e nos conceitos relativos ao masculino e feminino. No entanto, para que este avanço teórico se concretize em ações e modificações comportamentais e espirituais, é imprescindível reconhecer a união harmoniosa e complementar das polaridades e procurar novos símbolos e rituais para o seu fortalecimento e equilíbrio. Com o surgimento progressivo de uma dimensão feminina da Divindade na atual consciência coletiva, está sendo fortalecido o retorno à Deusa e a revalorização do Sagrado Feminino.
Somos nós que estamos voltando à Deusa, pois Ela sempre esteve ao nosso lado, apenas oculta na bruma do esquecimento e velada pela nossa falta de compreensão e conexão com seu eterno amor e poder.
A principal diferença entre o Pai patriarcal, celeste e a Mãe cósmica e telúrica universal é a condição transcendente e longínqua do Criador e a essência imanente e eternamente presente da Criadora, em todas as manifestações da Natureza.
A redenção do Sagrado Feminino diz respeito tanto à mulher quanto ao homem. Ao esperar respostas e soluções vindas do Céu, esquecemos de olhar para baixo e ao redor, ignorando as necessidades da nossa Mãe Terra e de todos os nossos irmãos de criação. Para que os valores femininos possam ser compreendidos e vividos, são necessárias profundas mudanças em todas as áreas: social, política, cultural, econômica, familiar e espiritual. Uma nova consciência do Sagrado Feminino surgirá tão somente quando for resgatada a conexão espiritual com a Mãe Terra, percebida e honrada a Teia Cósmica à qual todos nós pertencemos e assumida a responsabilidade de zelar pelo seu equilíbrio e preservação.
O reconhecimento do Sagrado Feminino deve ser uma busca de todos, porém cabe às mulheres uma responsabilidade maior, devido à sua ancestral e profunda conexão com os arquétipos, atributos, faces, ciclos e energias da Grande Mãe. 
Leia a íntegra do texto em: http://www.teiadethea.org/?q=node/92.

Assim, cumpre às mulheres, em especial as que seguem a Tradição da Arte Real, honrar os seus ciclos e reforçar a conexão com a Grande Mãe, o que pode ser feito através de círculos, encontros, conversas ou mesmo através de uma singela a celebração silenciosa, a cada novo despertar, agradecendo por tudo aquilo que Ela nos concede e nos ensina.

E este, eu acredito, é o legado da Deusa. Que ela nunca mais seja esquecida ou sobrepujada pela humanidade, mas que seja honrada, respeitada e sua adoração mantida ao longo dos tempos.

O querido Mestre Íbis dedica grande parte de sua obra literária falando deste encontro com a Deusa, que para ele, pode ser simplesmente chamado de Natureza, pois ela está em tudo, assim como está em nós.

Em sua obra "Encontrando a Deusa", temos uma bela passagem que retrata a questão do Sagrado Feminino e o seu resgate:
 
Houve o tempo em que todos veneravam a Deusa e, para ela, acendiam incensos e ofertavam óleos perfumados. Mas, chegou um novo tempo em que outras religiões se impuseram pela espada e pela tortura. E, os que amavam a Deusa foram queimados, pisoteados pelos cavalos dos soldados das forças religiosas e estes impuseram seu Deus, e os que não o aceitavam, os que continuariam amando a Deusa, foram perseguidos e quase exterminados. Mas a verdade não morreu. Passavam-se gerações e gerações, e eis que em algum tempo brotava no coração, dos que descendiam daqueles que amaram a Deusa acima de suas próprias vidas, uma chama intensa e permanente. E, esses, de repente, ouviam na escuridão de suas almas a voz da Deusa que despertara em seu coração, como desperta o Sol em todas as manhãs.
Então, aquele que passaria a caminhar pelo Caminho da Deusa, compreendia que voltara para a verdade de seus antepassados e recebia o canto celestial da Deusa, sentindo que sua vida estava transmudada, pois seu coração entendera Aquela que reina e reinará em todos os tempos, mesmo que muitos não a compreendam.
E estes que escutavam novamente a voz da Deusa se reuniam, muitas vezes secretamente, pois desejavam se fortalecer uns nos outros. E, assim, formavam pequenas sociedades subterrâneas, Cóvens, e lá, na discrição de seus templos improvisados, nas clareiras de um bosque, ou nas igrejas de outras religiões, olhando para dentro de si, cultuavam a Deusa e a alegria de viver em comum com a energia que está em todas as coisas.
E as mulheres se voltavam para a Lua Cheia e dançavam para a Deusa e abriam suas almas e conquistavam o poder do fascínio sobre todas as coisas, pois a Deusa afirma que quem tiver sua alma despertada, será como a Ela, brilhará como uma estrela e terá a formosura das flores. E foi colocada no céu a Lua para que pudessem ver o espelho da Deusa e nele se mirar. E os homens erguiam seus braços para a Deusa do Luar e recebiam as energias para que pudessem continuar nas suas labutas diárias. E a Deusa se colocava no coração de seus filhos e filhas, e derramava o seu poder sobre todos, como se derrama a luz do luar sobre as plantas, sobre as matas, sobre as águas, nas noites de plenilúnio.
E seus filhos, então, voltaram a dançar junto às fogueiras em homenagem a Grande Mãe, e seus corações se abriram novamente para o belo e para a alegria de viver. E se restabelecia o Sagrado Feminino e os deuses reviviam, um por um, pois brotavam nos corações dos que novamente haviam encontrado o Caminho.
Abrir nossos corações para o belo e a para a alegria de viver é o primeiro passo para desenvolver o Sagrado Feminino dentro de si. Mas uma vez dado esse passo, é impossível voltar atrás. O melhor é que nunca estarás só, pois a Deusa que em tudo reside também em nós habita.

Evoé!

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terça-feira, 2 de setembro de 2014

Perséfone e a Primavera

 


Iniciando setembro, já sentimos no ar (embora ainda um pouco gélido pelos aqui pelos pampas gaúchos) uma nova energia, uma essência diferenciada, quase como se recebêssemos um sorriso do Cosmos a cada novo amanhecer.
A partir do entendimento de que nós não Estamos na Natureza, mas sim que nós Somos a Natureza, essas mudanças também começam a se operar dentro de nós, de fora para dentro, e, principalmente, de dentro para fora.

As ideias, que antes estavam sendo planejadas, arquivadas, estruturadas, organizadas, agora parecem que querem alçar voo. O tão aguardado setembro chegou! Com ele, a primavera e todas as festividades que englobam o tão sagrado período de fertilidade da Grande Mãe.

Nos aproximamos de Ostara (no HS), e a Deusa Eostre surge para nos ensinar o respeito por todas as coisas vivas e, principalmente, os cíclicos recomeços e renascimentos, com base no próprio ciclo da Terra.

É momento de ver brotar aquilo que plantamos, ver desabrochar a flor ou o espinho.

É, literalmente, o início de uma nova era dentro do espaço-tempo que vivemos, o Agora.

Na magia, sentimos renovadas a força feminina, do oculto que se mostra e do visível que se esconde, os mistérios da bruxa, da feiticeira, que vê a chegada do seu momento, do seu ápice, do seu reinado sobre a Terra.

Assim, podemos aproveitar a força da Deusa para cultuá-la de acordo com as nossas intenções e direcionando para o que queremos desenvolver magickamente.

Não apenas as mulheres devem fazer a reverência às Deusas, mas os homens também, lembrando de que a partir do princípio do gênero, para todo feminino, há um masculino, e se somos todos um, os homens também devem desenvolver seu aspecto yin, oculto, emotivo, a coluna da esquerda, para que assim possa caminhar em equilíbrio.

Dentre as inúmeras deusas da primavera (Brighid, Eostre, Flora, Freya, Cibele, entre outras), é um especial momento para se reverenciar Perséphone, que em seu aspecto donzela também é conhecida como Core.

Perséfone foi a Deusa escolhida para esta postagem, tendo em vista o seu duplo aspecto de donzela e senhora dos mistérios, Deusa da vida, da morte e do renascimento, os aspectos que devemos reverenciar neste momento.

O trecho abaixo foi retirado do blog http://annaleao.blogspot.com.br/2008/09/persfone-deusa-da-primavera-e-rainha-do.html, e nos faz recordar da importância da referida deusa.

Filha de Zeus e Deméter, esta jovem Deusa grega, enquanto colhia flores, é raptada por Hades, o Deus do Mundo Subterrâneo.
Jacinto foi a flor que seduziu Perséfone atraindo-a ao local onde a terra se abriu, surgindo Hades em sua carruagem dourada, puxada por cavalos imortais.
Contra a sua vontade Perséfone foi levada ao Submundo. Seus gritos não foram ouvidos por nenhum Deus ou mortal, exceto pela Deusa Hécate que os ouviu de sua caverna.
Deméter, Deusa da colheita, da fertilidade e dos grãos, ao perceber o sumisso de sua filha sai a sua procura. Muito triste e lamentosa, sua luz e alegria vão se extinguindo dando lugar a sua ira, o que provoca a seca e o frio na Terra.
Finalmente ao saber por Hécate o paradeiro de Perséfone, Deméter vai até Zeus pedindo que ele interceda junto a Hades para devolver sua filha.
Devido aos apelos da Deusa da fertilidade e às condições que provocou na Terra, Zeus intervem, mesmo tendo dado Perséfone a Hades como parte de um acordo, sem o conhecimento de Deméter. Mas o retorno de Perséfone não pode ser completo. Como já havia comido o fruto do mundo dos mortos, a romã, a Deusa não pode passar mais de seis meses no mundo dos vivos.
Perséfone volta à Terra trazendo com ela a Primavera, mas volta ao Submundo no período de Outono e Inverno.
Kore é outro nome dado à Perséfone para a sua fase Donzela, enquanto nela reina apenas a inocência. Pois ao dar entrada no Submundo e se tornar esposa de Hades, ela se torna a rainha e governante desse mundo junto com o seu Deus. Perséfone amadurece, ganha força e conhecimento.
Como muitas outras Deusas, Perséfone é uma Deusa da vida, da morte e do renascimento. É regente tanto da luz quanto da sombra. Senhora da magia e dos conhecimentos ocultos, ela personifica a força intrínseca e profunda da mulher.
Anna Leão.
Aproveitemos para festejar este novo ciclo, esta nova era, única e individual, de fazer crescer e florescer nossos projetos, ideias e magia!
Damos as boas vindas à energia feminina, à energia de Perséfone, e que a nossa força seja multiplicada neste período de fertilidade, com o poder da Grande Mãe em nosso caminhar.

Evoé!

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quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Brighid, o Sagrado Feminino e a Ressignificação de Imbolc

 

Neste dia 02 de agosto tivemos a passagem de mais uma celebração da Roda do Ano do HS (Hemisério Sul), saudando Brighid e a festa de Imbolc.
Vivemos na atualidade um movimento forte e mágico que diz respeito ao retorno das mulheres ao seu Sagrado, o culto aos seus antepassados, suas forças e conquistas, e a festividade que celebra Brighid é um marco importante para essa ressignificação de Imbolc.

Por que ressignificação?

Porque Imbolc está diretamente relacionado não apenas com os ciclos de colheita (que marcam a Roda do Ano), mas justamente na busca das bênçãos de Brighid, uma deusa celta que se divide em três facetas – a poetisa, a médica e a ferreira -, sendo conhecida como a deusa da Tríplice Chama, pois “o fogo alimenta as forjas, esquenta os experimentos dos alquimistas e incendeia a mente dos poetas” (Wikipedia).

No fogo, também temos o elemental primevo, que nos possibilita aquecer nosso corpo e espírito, e ao qual dedicamos nossos pedidos e orações.

Interessante e instrutivo é o texto sobre reconstrucionismo celta que trata da Deusa Brighid:

“Deusa do fogo, das fontes curativas, dos poetas e sua arte, da metalurgia, da cura, da fermentação, do lar e da família, da pecuária. Deusa de todos, do povo comum, da aristocracia bélica, das classes eruditas. E o mais impressionante de tudo, deusa que não foi esquecida no Cristianismo. Não há informações claras sobre se realmente houve uma mulher chamada Brighid na Irlanda que, ao se converter ao Cristianismo e assumir a autoridade dentro da Igreja Celta (então, muito diferente da Sé Católica), criou o seu santuário em Kildare, na Irlanda (cujo nome, Cill Duir, “Templo do Carvalho”, pode indicar uma importância pré-Cristã para o local) e a ordem de freiras que mantiveram vivas tantas tradições Gaélicas. Mas quer essa mulher tenha existido, quer tenha sido inventada pela Igreja, as características atribuídas a ela vem da deusa do qual ela recebeu o nome. Todas as suas associações (incluindo com as fontes curativas) vem da deusa pagã. Seu festival, Lá Fheile Bríde é o Imbolc, a Festa da Primavera, que começa a se aproximar. É a festa da deusa Brighid, e é a ela que devemos nossas homenagens nesse dia, seja na forma da Deusa ou da Santa. Seu culto, tão ligado ao fogo (como o da deusa) incluía a vigília. No monastério de Kildare, um grupo de nove freiras cuidava de uma chama perpétua, que não podia se apagar. A cada dia, uma era responsável. No décimo dia, a nona freira deixava a madeira ao lado da fogueira e deixava a responsabilidade para a própria Brighid. O fogo foi várias vezes apagado pelas autoridades Católicas, que julgavam (corretamente) aquilo uma sobrevivência de paganismo, mas ele sempre foi reaceso. O fogo de Brighid é mais que o fogo de Kildare. É aquele que queima na cabeça e no coração dos seus devotos. E esse nunca vai se apagar, por isso, o fogo de Brighid sempre irá ser aceso de novo.” https://sites.google.com/site/brasilkeltia/druidismo-reconstrucionismo-celta/brighid

Assim, temos a celebração de Brighid como Deusa que nutre não apenas pelo seu aspecto de mãe / geradora, mas pelo seu aspecto criativo e inspirador da chama que nunca se apaga.
Imbolc passa a ser uma festividade que eleva a importância desse sagrado feminino, envolvendo nossa consciência para o papel gerador mas também criativo da mulher, que não apenas dá – literalmente – a luz e amamenta (outra característica da divindade), mas que possui a sua marca e sua força no fogo perpétuo, que mantém vivo em nossos corações o amor à Antiga Religião.

Evoé!

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quinta-feira, 10 de julho de 2014

Trevas e Luz


Dentro das mais diversas tradições religiosas há uma linha mítico-ideológica que tem por base a distinção entre bem e mal, trevas e luz.

Tal distinção serve como um porto seguro mas também como uma política de controle das ações humanas: se agires bem, és um ser de luz, se agires mal, um ser negro, das sombras. Isso, é claro, contando que estamos falando em agir bem em pensamentos, atos e palavras. Afinal, quem quer ir para o inferno?

Longe do cristianismo, vemos que a ideia de "lugar de danação" -  no qual a alma do indivíduo não teria um descanso - é anterior aos escritos bíblicos.

A Grolier Universal Encyclopedia(Enciclopédia Universal Grolier, 1971, Vol. 9, p. 205), sobre “Inferno”, diz:

“Os hindus e os budistas consideram o inferno como lugar de purificação espiritual e de restauração final. A tradição islâmica o considera como um lugar de castigo eterno.” O conceito de sofrimento após a morte é encontrado entre os ensinos religiosos pagãos dos povos antigos da Babilônia e do Egito. As crenças dos babilônios e dos assírios retratavam o “mundo inferior . . . como lugar cheio de horrores, . . . presidido por deuses e demônios de grande força e ferocidade”. Embora os antigos textos religiosos egípcios não ensinem que a queima de qualquer vítima individual prosseguiria eternamente, eles deveras retratam o “Outro Mundo” como tendo “covas de fogo” para “os condenados”. — The Religion of Babylonia and Assyria (A Religião de Babilônia e Assíria), de Morris Jastrow Jr., 1898, p. 581; The Book of the Dead (O Livro dos Mortos), com apresentação de E. Wallis Budge, 1960, pp. 135, 144, 149, 151, 153, 161, 200. (Retirado da Wikipedia)

Entretanto, o presente texto busca traçar um novo paradigma para terminar com o dualismo bem x mal, trazendo algumas reflexões acerca da unidade na dualidade, deixando para um outro momento digressões acerca do paraíso x inferno.

A ideia, aqui, é ir além do bem e do mal.

Para tanto, precisamos fazer uma pequena pausa e retornar aos princípios herméticos.

O princípio hermético da polaridade, revelado no Caibalion, nos traz a seguinte reflexão:

“Tudo é duplo; tudo tem dois pólos; tudo tem seu par de opostos; o semelhante e o dessemelhante são uma só coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau; os extremos se tocam; todas as verdades são meias-verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados.”
Da análise do princípio, podemos chegar a uma apressada conclusão de que tudo é uma coisa só, que não há um bem e um mal e, portanto, totalmente dispensável pensar a respeito... e é então que cometemos nosso maior erro, que é menosprezar as pequenas letras ao final do contrato!

Isso porque não estamos dizendo que bem e mal são a mesma coisa, mas sim que fazem parte de uma ideia única, que em gradações, assim como o amor e ódio, se tocam e se afastam, sendo ambos sentimentos de uma mesma origem.

Assim, quando verificamos luz e sombras, vemos a complementariedade em um e outro. Somente enxergamos a luz porque existe a escuridão, e vice-versa. Um é indispensável ao outro, e da mesma sorte temos esta reflexão dentro de nossa psiquê.

Não há lobos ou cordeiros, e sim um pouco de cada dentro de cada um de nós. Prevalece, como já dizia o Mestre, aquele que alimentamos, mas isso não quer dizer que extinguimos o outro, porque são ambos a polaridade contrária um do outro.

Quando comentamos sobre "não negar sua sombra" ou "acolher a sua escuridão", não fazemos nenhuma apologia à maldade ou recursos mágickos de dano, mas sim a visualizar e reconhecer as trevas que existem dentro de cada um, e, assim, tornar-se novamente inteiro, sem escolher lados, mas simplesmente vivenciando e experienciando o que cada porção de seu próprio Eu está disposto a revelar, através da Luz que ilumina suas escolhas.

Evoé!

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LUZ OU TREVAS

Luz ou trevas.
Fogo, água e mais elementos.
São tudo formas servas.
Da alegria, mágoa e de todos os sentimentos.

Rocha, semente e fruto, a outra existência.
Corpo, Alma e espirito.
São tudo energias à mesma convergência.
Neste todo infinito.

É tudo um todo de fragmentos.
Que vão estreitando laços.
No espaço, no tempo; a melhores nascimentos.
De mais confiantes abraços.

Neste continuo despertar.
O viver, vai renascendo.
A mais e melhor humano ofertar.
Porque o todo, nos vai merecendo.

Convicto, no saber do nosso sentir.
Depois de desnudadas as energias.
Que nos permitem outro consentir.
E desvendar as trevas, sem obscuras magias.

Eduardo Dinis Henriques








quinta-feira, 1 de maio de 2014

Morte e renascimento






A ideia sobre morte e renascimento é tão antiga que não podemos datar, com precisão, a partir de qual momento se passou a honrar a passagem como algo sagrado ou melhor, a partir de quando começou a existir o luto na morte, como fim da existência física.

Para os Egípcios, e com certeza para muitos antes deles, morrer era encontrar-se e tornar-se Osíris, ou seja, fazer parte do Todo como ser Divino e Uno. Portanto, a morte era uma passagem necessária para a grande conquista, após passar pelo julgamento e a pesagem do seu coração (que deverá ser tão leve quanto a pluma de Maat).

Entretanto, assim como a lâmina X do tarot - a Roda da Fortuna -, o Universo, assim como o Todo nele contido, move-se através de ciclos que envolve o nascer, desenvolver-se, amadurecer e morrer, para um novo ciclo de renascimento (e a roda vai girando...). Afinal, este é o ciclo natural de todas as coisas.

Assim, quando chegamos em Samhain (30 de abril e 1º de maio no Hemisfério Sul), iniciamos um novo ciclo mágico (era também considerado o “ano novo celta”), época em que celebramos também a 3ª e última colheita, pois com a vinda da gélida noite invernal, nada mais se colhe, nada se planta. Também a natureza tem o seu momento de recolher-se.

Para nós, é momento de honrar os antepassados, aqueles que vieram antes de nós e deixaram seu legado – especialmente o mágicko -, nos ensinando que é necessário deixar-se morrer para renascer. É necessário esvaziar-se para manter-se cheio e é preciso entregar-se para ser acolhido.

Morremos para o profano para renascermos para o Divino, como já diz a sabedoria antiga.

Aprendemos a nos desapegar daquilo que não mais agrega valor ao nosso caminhar e deixamos que o tempo e o vento levem consigo tudo o que nos impede de sermos plenos, até que estejamos vestidos apenas com as estrelas e, purificados, prontos a ingressar para o Divino.

Não há a necessidade de literalmente arrancar os vícios e dificuldades pessoais, mas sim de acolhê-los e mostrar que não há mais lugar para eles em nossas vidas, deixando-os livres para juntar-se à Grande Teia, na qual, transmutados, retornarão sob a forma de energia pura e imaculada.

É um processo lento e árduo, pois prescinde de uma consciência ampla de nós mesmos, o que somente é possível após observação, reflexão e a vontade de transformar-se em um só com o Sagrado. Para tanto, o recolhimento é necessário.

Recolher-se inclusive das palavras proferidas, nas ações executadas e nos pensamentos incessantes. É tempo de silêncio e introspecção.

Saudando aqueles que vieram antes de nós, que tenhamos todos uma boa morte e um feliz reencontro no Sagrado.

Evoé!

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sábado, 19 de abril de 2014

Ostara, Pessach e a Páscoa Cristã



Enquanto aqui no Hemisfério Sul estamos nos direcionando para o festival de Samhain, celebrado entre 30 de abril de 1º de maio, e magickamente nos voltando para o recolhimento, para as nossas sombras internas, para a aceitação e transmutação de nossos demônios, no Hemisfério Norte há a celebração da vida, com o ápice da Primavera.
Como o Cristianismo sabidamente incorporou aos ritos religiosos a Páscoa associando à morte e ressurreição, porém sem perder a essência pagã dos ovos e da lebre, símbolos da fertilidade e abundância, estamos em um período - embora fora do tempo mágicko - que nos permite manter acesa, em nosso coração, a chama do canário, a esperança que nunca se apaga. Saber que as dificuldades são passageiras e que a morte é apenas uma passagem.
Não obstante seja para nós um pouco fora de época, a sociedade industrial explora a data com a venda de chocolates, ovos de Páscoa e presentes, com certeza esquecendo (ou confundindo?) dois ritos diferenciados.
Assim, embora nossa celebração de Ostara se dê apenas na Primavera, é sempre interessante relembrar algumas informações sobre essa Divindade tão cheia de simbolismos.

Evoé!

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Eostre, Ēostre, Ostara ou Ostera é a deusa da fertilidade e do renascimento na mitologia anglo-saxã, na mitologia nórdica e mitologia germânica. Na primavera, lebres e ovos coloridos eram os símbolos da fertilidade e renovação à ela associados.

De seus cultos pagãos originou-se a Páscoa (Easter, em inglês e Ostern em alemão), que foi absorvida e misturada pelas comemorações judaico-cristãs. Os antigos povos nórdicos comemoravam o festival de Eostre no dia 30 de Março. Eostre ou Ostera (no alemão mais antigo) significa “a Deusa da Aurora”. É uma Deusa anglo-saxã, teutônica, da Primavera, da Ressurreição e do Renascimento. Ela deu nome ao Sabbat Pagão, que celebra o renascimento, chamado de Ostara.

Mas é importante perceber que a origem da Páscoa não pode ser vista pelo nome no inglês, mas no original hebraico, Pessach, que significa passagem, a passagem do anjo do Eterno sobre as casas dos filhos de Israel escravizados no Egito (Êxodo 12, 27). Em muitos idiomas, a palavra páscoa segue esse seu sentido original, passagem, mas a palavra no inglês e alemão não seguiram esse sentido original. Portanto é importante saber essa diferença, entre os cultos pagãos e judaico-cristãos.

Posteriormente, a igreja católica acabou por substituir às festividades pagãs de Ostara pela Páscoa, não sem absorver muitos de seus costumes, inclusive os ovos e o coelhinho da Páscoa. Podemos perceber isso pelo próprio nome da Páscoa em inglês, Easter, muito semelhante a Eostre.
O nome Eostre ou Ostara, como também a deusa é chamada, tem origem anglo-saxã provinda do advérbio ostar que expressa algo como “Sol nascente” ou “Sol que se eleva”, Muitos lugares na Alemanha foram consagrados a ela, como Austerkopp (um rio em Waldeck), Osterstube (uma caverna) e Astenburg.

Eostre estava relacionada à aurora e posteriormente associada à luz crescente da primavera, momento em que trazia alegria e bênçãos a Terra.

Por ser uma deusa um tanto obscura, muito do que se sabia sobre ela foi perdido através dos tempos. Sendo assim, descrições, mitos e informações sobre ela são escassos.

Seu nome e funções têm relação com a deusa grega Eos, deusa do Amanhecer na mitologia grega. Alguns historiadores dizem que ela é meramente uma das várias formas de Frigg *deusa indo-européia – esposa de Odin), ou que seu nome seria um epíteto para representar Frigg em seu aspecto jovem e primaveril. Outros pesquisadores a associam à Astarte (deusa Fenícia) e Ishtar (deusa Babilônica), devido às similaridades em seus respectivos festivais da primavera.

Dizem as lendas que Eostre tinha uma especial afeição por crianças. Onde quer que ela fosse, elas a seguiam e a deusa adorava cantar e entretê-las com sua magia.

Um dia, Eostre estava sentada em um jardim com suas tão amadas crianças, quando um amável pássaro voou sobre elas e pousou na mão da deusa. Ao dizer algumas palavras mágicas, o pássaro se transformou no animal favorito de Eostre, uma lebre. Isto maravilhou as crianças. Com o passar dos meses, elas repararam que a lebre não estava feliz com a transformação, porque não mais podia cantar nem voar.

As crianças pediram a Eostre que revertesse o encantamento. Ela tentou de todas as formas, mas não conseguiu desfazer o encanto. A magia já estava feita e nada poderia revertê-la. Eostre decidiu esperar até que o inverno passasse, pois nesta época seu poder diminuía. Quem sabe quando a Primavera retornasse e ela fosse de novo restituída de seus poderes plenamente pudesse ao menos dar alguns momentos de alegria à lebre, transformando-a novamente em pássaro, nem que fosse por alguns momentos.

A lebre assim permaneceu até que então a Primavera chegou. Nessa época os poderes de Eostre estavam em seu apogeu e ela pôde transformar a lebre em um pássaro novamente, durante algum tempo. Agradecido, o pássaro botou ovos em homenagem a Eostre. Em celebração à sua liberdade e às crianças, que tinham pedido a Eostre que lhe concedesse sua forma original, o pássaro, transformado em lebre novamente, pintou os ovos e os distribuiu pelo mundo.

Para lembrar às pessoas de seu ato tolo de interferir no livre-arbítrio de alguém, Eostre entalhou a figura de uma lebre na lua que pode ser vista até hoje por nós.

Eostre assumiu vários nomes diferentes como Eostra, Eostrae, Eastre, Estre e Austra. É considerada a deusa da Fertilidade plena e da luz crescente da Primavera.

Seus símbolos são a lebre ou o coelho e os ovos, todos representando a fertilidade e o início de uma nova vida.

A lebre é muito conhecida por seu poder gerador e o ovo sempre esteve associado ao começo da vida. Não são poucos os mitos que nos falam do ovo primordial, que teria sido chocado pela luz do Sol, dando assim vida a tudo o que existe.

Eostre também é uma deusa da pureza, da juventude e da beleza. Era comum na época da Primavera recolher o orvalho para banhar-se ritualisticamente. Acreditava-se que orvalho colhido nessa época estava impregnado com as energias de purificação e juventude de Eostre, e por isso tinha a virtude de purificar e rejuvenescer.
Fonte: Wikipedia