Enquanto aqui no Hemisfério Sul estamos nos direcionando para o festival de Samhain, celebrado entre 30 de abril de 1º de maio, e magickamente nos voltando para o recolhimento, para as nossas sombras internas, para a aceitação e transmutação de nossos demônios, no Hemisfério Norte há a celebração da vida, com o ápice da Primavera.
Como o Cristianismo sabidamente incorporou aos ritos religiosos a Páscoa associando à morte e ressurreição, porém sem perder a essência pagã dos ovos e da lebre, símbolos da fertilidade e abundância, estamos em um período - embora fora do tempo mágicko - que nos permite manter acesa, em nosso coração, a chama do canário, a esperança que nunca se apaga. Saber que as dificuldades são passageiras e que a morte é apenas uma passagem.
Não obstante seja para nós um pouco fora de época, a sociedade industrial explora a data com a venda de chocolates, ovos de Páscoa e presentes, com certeza esquecendo (ou confundindo?) dois ritos diferenciados.
Assim, embora nossa celebração de Ostara se dê apenas na Primavera, é sempre interessante relembrar algumas informações sobre essa Divindade tão cheia de simbolismos.
Evoé!
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Eostre, Ēostre, Ostara ou Ostera é a deusa da fertilidade e do renascimento na mitologia anglo-saxã, na mitologia nórdica e mitologia germânica. Na primavera, lebres e ovos coloridos eram os símbolos da fertilidade e renovação à ela associados.
De seus cultos pagãos originou-se a Páscoa (Easter, em inglês e Ostern
em alemão), que foi absorvida e misturada pelas comemorações
judaico-cristãs. Os antigos povos nórdicos comemoravam o festival de
Eostre no dia 30 de Março.
Eostre ou Ostera (no alemão mais antigo) significa “a Deusa da Aurora”.
É uma Deusa anglo-saxã, teutônica, da Primavera, da Ressurreição e do
Renascimento. Ela deu nome ao Sabbat Pagão, que celebra o renascimento,
chamado de Ostara.
Mas é importante perceber que a origem da Páscoa não pode ser vista pelo nome no inglês, mas no original hebraico, Pessach,
que significa passagem, a passagem do anjo do Eterno sobre as casas dos
filhos de Israel escravizados no Egito (Êxodo 12, 27). Em muitos
idiomas, a palavra páscoa segue esse seu sentido original, passagem, mas
a palavra no inglês e alemão não seguiram esse sentido original.
Portanto é importante saber essa diferença, entre os cultos pagãos e
judaico-cristãos.
Posteriormente, a igreja católica acabou por substituir às
festividades pagãs de Ostara pela Páscoa, não sem absorver muitos de
seus costumes, inclusive os ovos e o coelhinho da Páscoa. Podemos
perceber isso pelo próprio nome da Páscoa em inglês, Easter, muito
semelhante a Eostre.
O nome Eostre ou Ostara,
como também a deusa é chamada, tem origem anglo-saxã provinda do
advérbio ostar que expressa algo como “Sol nascente” ou “Sol que se
eleva”, Muitos lugares na Alemanha foram consagrados a ela, como
Austerkopp (um rio em Waldeck), Osterstube (uma caverna) e Astenburg.
Eostre estava relacionada à aurora e posteriormente associada à luz
crescente da primavera, momento em que trazia alegria e bênçãos a Terra.
Por ser uma deusa um tanto obscura, muito do que se sabia sobre ela
foi perdido através dos tempos. Sendo assim, descrições, mitos e
informações sobre ela são escassos.
Seu nome e funções têm relação com a deusa grega Eos,
deusa do Amanhecer na mitologia grega. Alguns historiadores dizem que
ela é meramente uma das várias formas de Frigg *deusa indo-européia –
esposa de Odin), ou que seu nome seria um epíteto para representar Frigg em seu aspecto jovem e primaveril. Outros pesquisadores a associam à Astarte (deusa Fenícia) e Ishtar (deusa Babilônica), devido às similaridades em seus respectivos festivais da primavera.
Dizem as lendas que Eostre tinha uma especial afeição por crianças.
Onde quer que ela fosse, elas a seguiam e a deusa adorava cantar e
entretê-las com sua magia.
Um dia, Eostre estava sentada em um jardim com suas tão amadas
crianças, quando um amável pássaro voou sobre elas e pousou na mão da
deusa. Ao dizer algumas palavras mágicas, o pássaro se transformou no
animal favorito de Eostre, uma lebre. Isto maravilhou as crianças. Com o
passar dos meses, elas repararam que a lebre não estava feliz com a
transformação, porque não mais podia cantar nem voar.
As crianças pediram a Eostre que revertesse o encantamento. Ela
tentou de todas as formas, mas não conseguiu desfazer o encanto. A magia
já estava feita e nada poderia revertê-la. Eostre decidiu esperar até
que o inverno passasse, pois nesta época seu poder diminuía. Quem sabe
quando a Primavera retornasse e ela fosse de novo restituída de seus
poderes plenamente pudesse ao menos dar alguns momentos de alegria à
lebre, transformando-a novamente em pássaro, nem que fosse por alguns
momentos.
A lebre assim permaneceu até que então a Primavera
chegou. Nessa época os poderes de Eostre estavam em seu apogeu e ela
pôde transformar a lebre em um pássaro novamente, durante algum tempo.
Agradecido, o pássaro botou ovos em homenagem a Eostre. Em celebração à
sua liberdade e às crianças, que tinham pedido a Eostre que lhe
concedesse sua forma original, o pássaro, transformado em lebre
novamente, pintou os ovos e os distribuiu pelo mundo.
Para lembrar às pessoas de seu ato tolo de interferir no
livre-arbítrio de alguém, Eostre entalhou a figura de uma lebre na lua
que pode ser vista até hoje por nós.
Eostre assumiu vários nomes diferentes como Eostra, Eostrae, Eastre, Estre e Austra. É considerada a deusa da Fertilidade plena e da luz crescente da Primavera.
Seus símbolos são a lebre ou o coelho e os ovos, todos representando a fertilidade e o início de uma nova vida.
A lebre é muito conhecida por seu poder gerador e o ovo sempre esteve
associado ao começo da vida. Não são poucos os mitos que nos falam do
ovo primordial, que teria sido chocado pela luz do Sol, dando assim vida
a tudo o que existe.
Eostre também é uma deusa da pureza, da juventude e da beleza. Era
comum na época da Primavera recolher o orvalho para banhar-se
ritualisticamente. Acreditava-se que orvalho colhido nessa época estava
impregnado com as energias de purificação e juventude de Eostre, e por
isso tinha a virtude de purificar e rejuvenescer.
Fonte: Wikipedia
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