Já dizia Khail Gibran que "a simplicidade é o último degrau da sabedoria.
Pensando nessa frase, trazemos a tona o conhecimento de Eliphas Levy e todo seu empenho em poder divulgar o conhecimento mágicko não como algo extremamente complicado (como vemos em algumas correntes magístickas), com símbolos, selos e segredos, mas algo simples, palatável... desde que estivesse disposta a retirar os véus da ilusão que cobrem o olhar de quem tenta mirar além do horizonte.
Todo o ensinamento é traduzido de uma forma profunda, mas simples. Mas não é uma leitura simples, pois por trás de cada palavra desvelamos o verdadeiro conhecimento nas entrelinhas, de forma sutil, e que se revela àqueles que abrem seu coração ao "chamado", sendo iniciado ou não nos mistérios mágickos.
Já comentado em um outro post, uma das iniciações mais belas que retirei da obra "Dogma e Ritual de Alta Magia", de Levy (uma das melhores obras sobre magia já escritas, segundo minha simples opinião) foi justamente a que trata dos bens do iniciado.
Embora não seja o objetivo destas mal traçadas linhas repassar qualquer tipo de iniciação, falar sobre a obra me parece algo positivo no aspecto tanto de instigar os que ainda não tiveram contato com a obra a desbravá-la, bem como aqueles que já trilham o caminho da Antiga Audácia há algum tempo de lembrar desses simples detalhes.
"O iniciado é aquele que possui a lâmpada de trimegisto, o manto de apolônio e o bastão dos patriarcas."
O primeiro bem é a Lâmpada de Trimegisto.
Através dela, temos a razão esclarecida pela inteligência.
É o SABER, que se revela, para o bruxo, como a perspicácia de saber o quê fazer, como fazer, quando fazer e quando não fazer uma determinada prática.
Mas, antes de tudo, o conhecer a si mesmo e a Arte que pratica.
O segundo bem, é o Manto de Apolônio.
Pelo manto, temos a posse plena e total sobre nós mesmos, isolando o iniciado das correntes instintivas.
É o CALAR, a prudência, a discrição sobre o conhecimento e o trabalho que praticamos, evitando com isso a perda de energia, com isso, nos protegemos tanto dos outros quanto de nós mesmos.
Controlar o ímpeto de falar ou escrever o que não se deve é sem dúvida uma das maiores dificuldades de todo iniciado.
O terceiro bem é o Bastão dos Patriarcas.
No bastão do patriarcas temos o auxílio das forças ocultas e perpétuas da natureza.
É a audácia, OUSAR mudar as circunstâncias e o ambiente que envolve o iniciado, com a certeza de que nunca estará sozinho em suas atividades mágickas, tendo sempre a força e a base sólida das energias ancestrais em toda ação realizada.
Entretanto, os bens do iniciado só adquirem o seu empoderamento a partir do momento em que o verbo QUERER entra em ação, pois todo ato mágicko depende da vontade que nele é colocada, é o direcionamento das forças e energias para alcançar um determinado objetivo. É o coração ardente e o foco totalizado na razão da sua vontade.
Esses bens valiosíssimos são os únicos que precisam acompanhar o mago nessa longa viagem do "Louco ao Mundo" (adorei essa frase da amiga Lis Taróloga).
Para nós, bruxos, mais valiosos do que os bens materiais, ou a pedra filosofal, é alcançar o equilíbrio de nossa essência, vencer a luta contra o profano e deixar fluir o sagrado dentro de nós.
Assim, retornamos à simplicidade, no qual o iniciado é o título que cada um carrega, e com honra ostenta, frente à grande maravilha que é o Todo desvelado.
Evoé!
NFT.
4 comentários:
Ótimo Post!!
Gratidão, Hécate! Nossa conversa também foi inspiradora!
Gratidão Mestra pelos esclarecimento. Lendo esse post lembro de nossas conversas sobre o primeiro bem do iniciado. Na caminhada mágica temos que ter ele sempre claro dentro de nós.
Evoé, Lilith! Assim é!
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