Depois de passar pela noite escura da alma, eis que ressurge o Sol, e, com ele, a esperança renovada de um novo dia, da nova vida após a morte.
Seguindo a tradição mágicka egípcia, vemos o Sol como o Grande Criador, o Grande Pai.
Tal associação é feita devido à potência masculina associada à figura do Sol. Sua energia, que tem o poder de dar a Vida a tudo que nos cerca, é complementar à força feminina da Mãe Terra, que tudo recebe em seu útero.
Visto como Amon, Rá, Atum ou Aton, expressa a força solar como a energia que move o planeta e todas as coisas. E, pelo amor que sentimos e a gratidão de desfrutar deste esplendor, adoramos ao Deus Sol!
Um dos momentos mais belos e profundos que partilhamos na caminhada mágicka é a Saudação ao Sol, que também poderia ser nominada como a Despedida do Deus Solar, que em sua barca, toma os caminhos infindáveis do Universo, levando consigo nossas angústias e tristezas para, no outro dia, ressurgir em plena força e alegria, nos trazendo a esperança do novo amanhecer.
A linguagem figurativa que temos nesta viagem que Rá faz também associa-se à história de Kephra, ou Kepher, o escarvelho sagrado, que rolando seu próprio excremento, forma uma pequena bolota e ali deposita seu ovo, sendo o símbolo da vida após a morte e a ressureição (e por isso um amuleto de valor muito estimado para os antigos egípcios).
Do ponto de vista mágicko, vemos na metáfora a oportunidade que cada um tem de deixar-se libertar das tristezas, mágoas e dissabores. Abandonar imperfeições, as culpas e os julgamentos, entregando-os aos cuidados do Astro Rei, que ao cair da noite, leva consigo aquilo que não mais desejamos, permitindo-nos novamente sermos preenchidos com amor e esperança da iluminação.
Tal associção permite que cada um manifeste sua própria divindade, que se permite morrer a cada dia, para renascer em beleza e perfeição.
Assim, podemos dizer que o Caminho do Sol é o caminho que cada um de nós permeia na busca da sua divindade, o seu reencontro com o Sagrado, o Divino, o Eu Superior. E, como toda caminhada, é necessário não desviar das pedras e dos obstáculos, mas superá-los; equilibrar-se sobre o pontihão da dúvida e penar na subida do monte da realização.
E quando se chega no alto, é necessário enxergar todo o panorama e certificar-se de que as lições foram compreendidas e ter humildade para voltar e recomeçar a caminhada, desde o atalho que foi tomado indevidamente ou o desvio que foi realizado, para então ser possível desfrutar da paz que reside no coração de quem bravamente sabe que a vida nada mais é do que um constante caminhar.
Este é o Caminho que me proponho a seguir. Esta é a minha caminhada.
O Caminho do Sol, o nome do meu Coven e minha inspiração.
Evoé!
NFT
2 comentários:
Ótimo texto, muito inspirador!
Parabéns!
Yuri, tua colaboração é sempre bem vinda!
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