Estamos vivenciando tempos estranhos, em todos os sentidos.
Ao mesmo tempo em que lidamos com uma Pandemia jamais esperada (pelo menos pela sociedade, embora já prevista por inúmeras correntes esotéricas e astrológicas), nunca vimos tantas pessoas buscando a espiritualidade.
A quarentena forçada, a crise econômica, social, humanitária... a desconexão entre a própria família e o espanto (às vezes com alegre surpresa, outras com pesarosa depressão) de ver-se só nos leva a uma reflexão sobre esse tempo que vivemos, o agora que somos obrigados a enfrentar (pois até o amanhã tornou-se uma estranha realidade).
Vagando pela literatura, encontrei na obra de Carlos Nejar um valoroso poema que me pareceu adequado para contribuir à reflexão:
Ao mesmo tempo em que lidamos com uma Pandemia jamais esperada (pelo menos pela sociedade, embora já prevista por inúmeras correntes esotéricas e astrológicas), nunca vimos tantas pessoas buscando a espiritualidade.
A quarentena forçada, a crise econômica, social, humanitária... a desconexão entre a própria família e o espanto (às vezes com alegre surpresa, outras com pesarosa depressão) de ver-se só nos leva a uma reflexão sobre esse tempo que vivemos, o agora que somos obrigados a enfrentar (pois até o amanhã tornou-se uma estranha realidade).
Vagando pela literatura, encontrei na obra de Carlos Nejar um valoroso poema que me pareceu adequado para contribuir à reflexão:
Poema da devastação
Há uma devastação
nas coisas e nos seres,
como se algum vulcão
abrisse as sobrancelhas
e ali, sobre esse chão,
pousassem as inteiras
angústias, solidões,
passados desesperos
e toda a condição
de homem sem soleira,
ventura tão curta,
punição extrema.
Há uma devastação
nas águas e nos seres;
os peixes, com seus viços,
revolvem-se no umbigo
deste vulcão de escamas.
Há uma devastação
nas plantas e nos seres;
o homem recurvado
com a pálpebra nos joelhos.
As lavas soprarão,
enquanto nós vivermos.
– Carlos Nejar, no livro “Canga (Jesualdo Monte)”. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira. 1971.
Pois o que vivemos nesses tempos, senão a devastação de nosso falso controle, de nossas falsas ideias de poder, de bens materiais, de autoimportância?
Todos aparecem devastados, arrastando-se entre lamentos que envolvem desde o "não dar conta" das demandas familiares até o desejo de voltar a estar na rua.
Então, o que aprendemos com o atual momento?
Dentro da caminhada mágica, entendemos que tudo é perfeito, e destinado à perfeição. Portanto, a doença, a dor e a morte fazem parte dessa perfeição também.
Aprendemos a olhar para tudo aquilo que hoje não podemos mais fazer, não podemos alcançar... e sim, aceitar que este ciclo está encerrando para toda a humanidade.
Aprendemos a nos recolher e acolher cada parte do nosso ser, inclusive as nossas sombras, e fazer as pazes com nossos demônios pessoais.
Aprendemos a ter empatia, principalmente para os que estão mais próximos de nós, a ter gratidão e a ser solidário com aqueles que mais precisam.
Aprendemos a olhar para a nossa casa (interna e externa) e colocar a mão na massa para organizá-la (física e emocionalmente).
Antes não tínhamos tempo.
Antes não tínhamos vontade.
Antes não tínhamos um porquê.
Agora, não temos mais desculpas... é chegado o momento... de limpar os armários, organizar as prateleiras, remover as poeiras e teias do sótão das nossas emoções... e nos prepararmos para o novo.
Que novo ser está sendo gestado para quando a quarentena terminar?
Esse é o grande aprendizado.
Aproveite e se entregue.
Todos aparecem devastados, arrastando-se entre lamentos que envolvem desde o "não dar conta" das demandas familiares até o desejo de voltar a estar na rua.
Então, o que aprendemos com o atual momento?
Dentro da caminhada mágica, entendemos que tudo é perfeito, e destinado à perfeição. Portanto, a doença, a dor e a morte fazem parte dessa perfeição também.
Aprendemos a olhar para tudo aquilo que hoje não podemos mais fazer, não podemos alcançar... e sim, aceitar que este ciclo está encerrando para toda a humanidade.
Aprendemos a nos recolher e acolher cada parte do nosso ser, inclusive as nossas sombras, e fazer as pazes com nossos demônios pessoais.
Aprendemos a ter empatia, principalmente para os que estão mais próximos de nós, a ter gratidão e a ser solidário com aqueles que mais precisam.
Aprendemos a olhar para a nossa casa (interna e externa) e colocar a mão na massa para organizá-la (física e emocionalmente).
Antes não tínhamos tempo.
Antes não tínhamos vontade.
Antes não tínhamos um porquê.
Agora, não temos mais desculpas... é chegado o momento... de limpar os armários, organizar as prateleiras, remover as poeiras e teias do sótão das nossas emoções... e nos prepararmos para o novo.
Que novo ser está sendo gestado para quando a quarentena terminar?
Esse é o grande aprendizado.
Aproveite e se entregue.